87- ESPIRITISMO- MEDIUNIDADE, MÉDIUNS*DEUS: O Pai

 

O ESPIRITISMO NÃO É UMA RELIGIÃO, É UMA CIÊNCIA

 

O QUE É O ESPIRITISMO

"O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos homens, por provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual, e suas relações com o mundo corporal; ele no-lo mostra, não mais como uma coisa sobrenatural, mas, ao contrário, como uma das forças vivas e incessantemente ativas da Natureza (...). (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.I)

 

"O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal". Allan Kardec

 

As verdades da Doutrina Espírita se fundamentam em bases filosóficas, são demonstradas de forma científica e se desdobram em consequências religiosas.

 

O Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus, que veio no devido tempo, recordar e complementar o que Ele ensinou, "restabelecendo todas as coisas no seu verdadeiro sentido", trazendo, assim, à Humanidade, as bases reais para sua espiritualização.

É de grande relevância recordar que Jesus, em sua primeira e única encarnação na Terra, despediu-se dos discípulos com um discurso. Assim, o Mestre – o espírito mais perfeito que já passou pela Terra, o nosso Governador Espiritual, o nosso único Guia e Modelo – afirmou:

“Se vós me amais, guardai meus mandamentos; e eu pedirei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco:

- O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê e não o conhece”. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis porque permanecerá convosco e estará em vós.

 -Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito." (João, cap. XIV, v.15 a 17 e26

 

PRINCÍPIOS DA DOUTRINA ESPÍRITA (PONTOS FUNDAMENTAIS)

 

*DEUS: O Pai Criador, a Inteligência Suprema, a Causa Primeira de Todas as Coisas.

*JESUS: O Guia e Modelo, O Amado Mestre, O Espírito Mais Perfeito que já passou pela Terra, o Governador Espiritual do Planto Terrestre.

*KARDEC: A Base Fundamental.

 

* Deus é a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas. É eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.

* O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.

* Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados (Homens), existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.

* No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.

* Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor.

Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.

* O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semi-material que une o Espírito ao corpo material.

* Os Espíritos são os seres inteligentes da criação.

Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.

* Os Espíritos são criados simples e ignorantes, evoluem intelectual e moralmente, passando de uma 

ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.

* Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.

* Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.

* Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso, intelectual e moral, depende dos esforços que faça para chegar à perfeição.

* Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição a que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima;

Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.

* As relações dos Espíritos com os homens são constantes, e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação.

Os imperfeitos nos induzem a

ao erro.

* Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.

* A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.

* O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas consequências de suas ações.

* A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.

A PRECE

* A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural, e é o resultado de um sentimento inato do homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador.

* A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo.

É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.

 

 

 

ALLAN KARDEC

Hyppolyte Léon Denizard Rivail, nascido em 03/10/1804 em Lion (França), já era, aos 18 anos, mestre Colegial de Ciências e Letrase, desde os 20 anos, renomado autor de livros didáticos, alcançando, pouco mais tarde, notoriedade na profissão de educador, na qual fora aprimoradamente preparado na Suíça.

 Linguista exímio, Denizard conhecia a fundo os idiomas francês, alemão, inglês, italiano, espanhol, além do holandês. As qualidades de homem bom, gentil e jovial, aliavam-se seu refinado bom-senso e seu discernimento criterioso, características marcantes de sua personalidade de homem de saber.

    

 

 

 

 

 

 

MEDIUNIDADE

 

“Todo aquele que sente num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium”.

Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. (...)

Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo XIV).

 

Assim, conforme asseverou o Codificador, todo mantém contato com o Mundo Espiritual, pois vivemos em incessante intercâmbio com o mesmo.

Desta forma, ao fazermos uma oração recebemos o amparo da espiritualidade maior, do nosso protetor/mentor espiritual, entramos em contato com as usinas de força da Vida Maior.

Por conseguinte, estamos exercendo a mediunidade, haja vista que recebemos a influência dos espíritos superiores.

 

SINTONIA VIBRATÓRIA

E, pela questão da sintonia vibratória, isso também vale para os espíritos menos elevados, pois quando alguém tem pensamentos inferiores, espíritos que se afinam com estes são atraídos.

 "O pensamento é o laço que nos une aos Espíritos, e pelo pensamento nós atraímos os que simpatizam com as nossas idéias e inclinações". Allan Kardec.

 

Entretanto, usualmente só se chamam de médiuns “aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva”. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo IX)

 

Posto isso, os principais tipos de mediunidade são:

 

-de efeitos físicos: este tipo pode ser dividido em dois grupos, ou seja, os -FACULTATIVOS-

 que têm consciência dos fenômenos por eles produzidos

- e os INVOLUTÁRIOS OU NATURAIS,

que são inconscientes de suas faculdades, mas são usados pelos espíritos para promoverem manifestações fenomênicas sem que o saibam.

 

-MÉDIUNS SENSITIVOS OU IMPRESSIONÁVEIS:

são pessoas suscetíveis de sentirem a presença dos espíritos por uma vaga impressão.

Esta faculdade se desenvolve pelo hábito e pode adquirir tal sutileza, que aquele que a possui reconhece, pela impressão que experimenta, não só a natureza, boa ou má, do espírito que se aproxima, mas até a sua individualidade.

 

.MÉDIUS AUDIENTS OU CLARIVIDENTES:

neste caso os médiuns ouvem a voz dos espíritos.

O fenômeno manifesta-se algumas vezes como uma voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo.

Outras vezes, dá-se como uma voz exterior, clara e distinta, semelhante a de uma pessoa viva.

Os médiuns audientes podem, assim, estabelecer conversação com os espíritos.

 

.MEDIUNS VIDENTES OU CLARIVIDENTES:

são dotados da faculdade de ver os espíritos. Cabe salientar que o médium não vê com os olhos, mas é a alma quem vê e por isso é que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos.

 

.MEDIUNS PSICOFÔNICOS:

neste tipo o médium serve como um instrumento pelo qual o espírito se comunica pela fala; assim, há a acoplação do perispírito do espírito comunicante no perispírito do médium, permitindo, assim, que o espírito utilize o aparelho fonador do médium para fazer uso da fala.

 

.MÉDIUNS DE CURA:

Este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o 

concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso não é mais  do que magnetismo. Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel. Porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa.

A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico.

No caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso.

Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se 

convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo.

A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira evocação. 

 

.MÉDIUNS MECÁNICOS:

Quem examinar certos efeitos que se produzem nos movimentos da mesa, da cesta, ou da prancheta que escreve não poderá duvidar de uma ação diretamente exercida pelo Espírito sobre esses objetos.

As vezes, os movimentos dão mostra de um sentimento afetuoso. O mesmo ocorre quando o lápis está colocado na mão do médium; freqüentemente é atirado longe com força, ou, então, a mão, bem como a cesta, se agitam convulsivamente e batem na mesa de modo colérico, ainda quando o médium está possuído da maior calma e se admira de não ser senhor de si

Digamos, de passagem, que tais efeitos demonstram sempre a presença de Espíritos imperfeitos.

 Os Espíritos superiores são constantemente calmos, dignos e benévolos; se não são escutados convenientemente, retiram-se e outros lhes tomam o lugar.

Pode, pois, o Espírito exprimir diretamente suas idéias, quer movimentando um objeto a que a mão do médium serve de simples ponto de apoio, quer acionando a própria mão.

Quando atua diretamente sobre a mão, o Espírito lhe dá uma impulsão de todo independente da vontade deste último. Ela se move sem interrupção e sem embargo do médium, enquanto o Espírito tem alguma coisa que dizer, e pára, assim ele acaba.

 Nesta circunstância, o que caracteriza o fenômeno é que o médium não tem a menor consciência do que escreve. Quando se dá, no caso, a inconsciência absoluta; têm-se os médiuns chamados passivos ou mecânicos.

E preciosa esta faculdade, por não permitir dúvida alguma sobre a independência do pensamento daquele que escreve.

 

.MÉDIUNS INTUITIVOS:

A transmissão do pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou, melhor, de sua alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado.

O Espírito livre, neste caso, não atua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a guia. Atua sobre a alma, com a qual se identifica. A alma, sob esse impulso, dirige a mão e esta dirige o lápis. Notemos aqui uma coisa importante: é que o Espírito livre não se substitui à alma, visto que não a pode deslocar. Domina-a, mau grado seu, e lhe imprime a sua vontade. Em tal circunstância, o papel da alma não é o de inteira passividade; ela recebe o pensamento do Espírito livre e o transmite.

Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento.

E o que se chama médium intuitivo.

 

Mas, sendo assim, dir-se-á, nada prova seja um Espírito estranho quem escreve e não o do médium. Efetivamente, a distinção é às vezes difícil de fazer-se, porém, pode acontecer que isso pouca importância apresente.

Todavia, é possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido; nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à idéia que antecipadamente se formara.

Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos e capacidades do médium.

 

O papel do médium mecânico é o de uma máquina;

o médium intuitivo age como o faria um intérprete.

Este, de fato, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, de certo modo, para traduzi-lo fielmente 

e, no entanto, esse pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro.

Tal precisamente o papel do médium intuitivo.

 

.MÉDIUNS SEMI MECÂNICOS

No médium puramente mecânico, o movimento da mão independe da vontade; no médium intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo.

O médium semi mecânico participa de ambos esses gêneros.

Sente que à sua mão uma impulsão é dada, mal grado seu, mas, ao mesmo tempo, tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam.

No primeiro o pensamento vem depois do ato da escrita; no segundo, precede-o; no terceiro, acompanha-o. Estes últimos médiuns são os mais numerosos

 

.MÉDIUNS INSPIRADOS

 Todo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas idéias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados.

Estes, como se vê, formam uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma força oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do que lhe é sugerido.

A espontaneidade é o que, sobretudo, caracteriza o pensamento deste último gênero.

A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam para o bem, ou para o mal, porém, procede, principalmente, PROCEDE DOS QUE QUEREM O NOSSO BEM E CUJOS CONSELHOS MUITO A MIUDE COMETEMOS O ERRO DE NÃO SEGUIR.

Ela se aplica, em todas as circunstâncias da vida, às resoluções que devamos tomar.

Sob esse aspecto, pode dizer-se que todos são médiuns, porquanto não há quem não tenha seus Espíritos protetores e familiares, a se esforçarem por sugerir aos protegidos salutares ideias.

Se todos estivessem bem compenetrados desta verdade, ninguém deixaria de recorrer com freqüência à inspiração do seu anjo de guarda, nos momentos em que se não sabe o que dizer, ou fazer. Que cada um, pois, o invoque com fervor e confiança, em caso de necessidade, e muito freqüentemente se admirará das idéias que lhe surgem como por encanto, quer se trate de uma resolução a tomar, quer de alguma coisa a compor.

Se nenhuma idéia surge, é que é preciso esperar.

A prova de que a idéia que sobrevém é estranha à pessoa de quem se trate esta em que, se tal idéia lhe existira na mente, essa pessoa seria senhora de, a qualquer momento, utilizá-la e não haveria razão para que ela se não manifestasse à vontade.

Quem não é cego nada mais precisa fazer do que abrir os olhos, para ver quando quiser.

Do mesmo modo, aquele que possui idéias próprias tem-nas sempre à disposição.

Se elas não lhes vêm quando quer, é que está obrigado a buscá-las algures, que não no seu intimo.

 

Também se podem incluir nesta categoria as pessoas que, sem serem dotadas de inteligência fora do comum e sem saírem do estado normal, têm relâmpagos de uma lucidez intelectual que lhes dá momentaneamente desabitual facilidade de concepção e de elocução e, em certos casos, o pressentimento de coisas futuras.

Nesses momentos, que com acerto se chamam de inspiração, as idéias abundam, sob um impulso involuntário e quase febril.

Parece que uma inteligência superior nos vem ajudar e que o nosso espírito se desembaraçou de um fardo.

 

(ESPÍRITOS ADIANTADOS)

 

Os homens de gênio, de todas as espécies, artistas, sábios, literatos, são sem dúvida Espíritos adiantados, capazes de compreender por si mesmos e de conceber grandes coisas.

Ora, precisamente porque os julgam capazes, é que os Espíritos, quando querem executar certos trabalhos, lhes sugerem as ideias necessárias e assim é que eles, as mais das vezes, são médiuns sem o saberem.

Têm, no entanto, vaga intuição de uma assistência estranha, visto que todo aquele que apela para a inspiração, mais não faz do que uma evocação.

Se não esperasse ser atendido, por que exclamaria tão frequentemente: meu bom gênio, vem em meu auxílio?

ALGUNS EXEMPLOS:

Allan Kardec´-   Aristótele-   Bezerra de Menezes-   Carl Gustav Jung

Chico Xavier - Confúcio-Helena Petrovna Blavatsky -Hermes Trigemistos

Jesus Cristo -José Herculano Pires -Krishna-Lao Tsé (Lao Zi)

Leonardo da Vinc -Lobsang Rampa -Mahatma Gandhi

Maomé -Martinho Lutero -Moisés -Nicolas Flamel -Papa João Paulo II