58-OXÓSSi- REI DE KETU - NOVA, REPAGINADA

 

                                                OXÓSSi-CABOCLOS- LOGUM- BOIADEIROS-


OXOSSI
(OXO:CAÇADOR)
(OSSI: NOTURNO)

 

Não podedemos falar se Oxóssi sem falar nos seus mensageiros, os caboclos. 

CABOCLOS

Os enviados de Oxóssi ao nosso plano físico são normalmente os caboclos, os índios de diversas nações de nossas matas e guerreiros africanos. Esses enviados são os grandes conhecedores dos grandes segredos (raramente revelados) que fazem curas, afastam influências negativas e protegem os seguidores da Umbanda.

Nos trabalhos dirigidos unicamente por caboclos, nota-se a força e a altivez que emana de Oxossi. Quem o evoca e sob a sua proteção se coloca e jamais cai.

A altivez do caboclo, a sua autoridade, a seriedade, a força, a coragem, a perseverança, o sentido de lutar para vencer, provém diretamente de Oxóssi, pois essas são algumas de suas características.

 

 

O GUARDIÃO POPULAR - OXÓSSI APRENDE A GUERREAR

Certa vez Ogum saiu para guerrear e Oxóssi ficou na tribo, porém diz a lenda, que enquanto Ogum estava fora a tribo foi atacada, mas  Oxóssi não sabia lutar, por isso não pôde defender a tribo do ataque dos invasores.

Quando Ogum retornou, o mesmo viu toda a destruição causada a tribo.  Ogum viu que era preciso treinar seu irmão para proteger a vila enquanto ele estivesse fora, pois Ogum é o orixá da guerra e sempre que fosse preciso sair para guerrear era necessário que alguém protegesse o reino.  Oxóssi foi então treinado pelo seu irmão Ogum a arte da guerra a fim de defender a sua tribo de ataques que pudessem ser feitos a ela.

Por esse motivo ele é considerado como “GUARDIÃO POPULAR”, pois ele mesmo guarda a sua tribo.

Oxóssi é considerado também como a expansão dos limites, do seu campo de ação, enquanto a caça é uma metáfora para o conhecimento, a expansão maior da vida.

Ao atingir o conhecimento, Oxóssi acerta o seu alvo. Por este motivo, é um dos Orixás ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte. Nas antigas tribos africanas, cabia ao caçador penetrar o mundo "de fora", a mata, trazer tanto a caça quanto as folhas medicinais.

 Além disso, eram os caçadores que descobriam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça. 

Assim, o orixá da caça extensivamente é responsável pela transmissão de conhecimento, pelas descobertas.

 O caçador descobre o novo local, mas são os outros membros da tribo que instalam a tribo neste mesmo novo local. Assim, Oxóssi representa a busca pelo conhecimento puro: a ciência, a filosofia.

"OXSSI ´FAZ A SUA PARTE, MAS VOCÊ TEM QUE FAZER A SUA."

     Hoje, Oxóssi é quem protege aquelas pessoas que saem todos os dias para o trabalho, para trazer o sustento.

 

QXÓSSI E AS ARTES

 Oxóssi também está ligado às artes. Ele está presente no ato da pintura de um quadro; na confecção de uma escultura; na composição de uma música; nos passos de uma dança; nas misturas de cores; na escrita de um poema, de um romance de uma crônica. Está na arte em um modo geral, desde o canto dos pássaros, da cigarra, ao canto do homem".

Oxóssi também rege o revoar dos pássaros, a evolução das pequenas aves. Oxóssi é a vontade de cantar, de escrever, de pintar, de esculpir, de dançar, de plantar, de colher, de caçar, de viver com dinamismo e otimismo. Oxóssi é a divindade da cultura, passando para seus filhos grandes talentos artísticos, seja no canto, na criação de livros, pinturas etc.

Em seu lado negativo, pode estar presente também na falta de alimento; no pouco plantio; no apodrecimento de frutas, legumes e verduras; e até mesmo na arte mal acabada, inacabada ou de mau gosto.

 Mas, Oxóssi também é a comodidade, a vontade de admirar, de contemplar. Oxóssi é um pouco de preguiça, a vontade de nada fazer, senão pensar e, quem sabe, criar.

 

ELEMENTO E DOMÍNIOS

O elemento de Oxóssi é a terra e a liberdade de expressão, a liberdade para viver da maneira que somos.

 

ELEMENTO: Terra (florestas e campos cultiváveis)

DOMÍNIOS: Caça, Agricultura, Alimentação e Fartura

Suas principais características são a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para faturar sua caça.

É um orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas.

Como todos os orixás, Oxóssi também está no dia-a-dia dos seres vivos, convivendo intimamente com todos nós.

Dentro do Culto, ele é o caçador do Axé, aquele que busca as coisas boas para uma Casa de Santo, aquele que caça as boas
influências e as energias positivas.


NO DIA-A DIA,ENCONTRAMOS O DEUS DA CAÇA NO ALMOÇO, NO JANTAR, ENFIM EM TODAS AS REFEIÇÕES, POIS ELE É QUE PROVÊ O ALIMENTO.

SAUDAÇÃO: Òké Aro!!! Arolé!


OXOSSI É CAÇADOR POR EXELÊNCIA, MAS SUA BUSCA VISA O CONHECIMENTO.

Logo, é o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da
fé quanto do saber religioso.

 

SEGUNDO A MITOLOGIA

Mitologicamente Oxossi é filho de Oxalá e Yemanjá .

 Outra versão coexistente menos conhecida, que diz que o Deus da Caça é filho de Apáokà (Jaqueira).

Ainda segundo a mitologia africana, Oxossi largou toda a sua tribo e foi viver sozinho na mata, se alimentando de tudo aquilo que a natureza lhe dava em estado bruto.

Para sobreviver, ele teria que caçar sua própria comida.

Por isso em algumas regiões da África ele é conhecido como “ODÉ ” (termo Iorubá que quer dizer “CAÇADOR”).

Oxóssi representa o homem impondo sua marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo.


ORIXÁ DAS MATAS

Oxóssi é considerado um orixá da mata que tem sobre o seu domínio o arco e a flecha. Apesar de muito simples, esta imagem estabelece uma rica teia de interpretações que viabilizam a mitologia e a importância de Oxóssi para as várias manifestaçõesreligiosas de cunho afro-brasileiro. Pelo fato de portar armas, este orixá tem vinculação direta com a vida e a busca pela sobrevivência. Em suas representações, a utilização das armas remete prontamente à caça, um dos meios fundamentais da
sobrevivência humana.

 

OXOSSI, O REI DE KETU


Oxóssi (Òsóòsi) é o deus caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, orixá da fartura e da riqueza.
Actualmente, o culto a Oxóssi está praticamente esquecido em África, mas é bastante difundido no Brasil, em cuba e em outras
partes da América onde a cultura iorubá prevaleceu. Isso deve-se ao facto de a cidade de Kêtu, da qual era REI, ter sido
destruída quase por completo em meados do século XVIII, e os seus habitantes, muitos consagrados a Oxossi, terem sido
vendidos como escravos no Brasil e nas Antilhas. Esse facto possibilitou o renascimento de Kêtu, não como estado, mas como
importante nação religiosa do Candomblé.


TÍTULOS DE OXOSSI

Oxóssi é o REI de Kêtu, segundo dizem, a origem da dinastia. A Oxóssi são conferidos os títulos de Alakétu, Rei, Senhor de
Kêtu, e Oníìlé, o dono da Terra, pois em África cabia ao caçador descobrir o local ideal para instalar uma aldeia,
tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar, com autoridade sobre os futuros habitantes. É chamado de Olúaiyé ou Oni
Aráaiyé, senhor da humanidade, que garante a fartura para os seus descendentes.


O CAÇADOR DE UMA FLECHA

Conhecido pela posse de uma única flecha, Oxóssi é adorado como um caçador habilidoso que não desperdiça a valorosa chance
que tem para alcançar seu objetivo. Em razão de sua destreza e sabedoria, esteve muitas vezes relacionado à incessante busca
pelo conhecimento e à conquista de metas. Em algumas das histórias que povoam o reconhecimento deste orixá, podemos vê-lo
como irmão de Ogum e designado para a proteção das florestas.

Nos vários ritos afro-brasileiros, Oxóssi também aparece com os nomes de Congombira, Azcá e Mutacalombo.

 

FARTURA E RIQUEZA


Para as religiões africanas como a Umbanda e o Candomblé, Oxóssi é muito ligado à natureza, sempre enaltecendo tudo o que
ela pode nos proporcionar, conforme a necessidade humana. Por esta razão, ele também é conhecido como o orixá da caça, da fartura e do sustento.

Na África antiga, Oxóssi era considerado o guardião dos caçadores, pois à eles cabiam a responsabilidade de trazer o
sustento para a tribo. Atualmente, ele protege TODOS os que saem de casa todos os dias para o trabalho, pois é deste esforço
que vêm o sustento das famílias.


Os seguidores desta entidade espiritual são conhecidos como "filhos de Oxóssi" e, de acordo com a religião, são dotados de
algumas características que definem o seu comportamento e remetem ao orixá.

As pessoas consideradas filhas são bastante agradáveis, alegres e comunicativas, além de serem ótimas companhia.

 

SAUDAÇÃO

Sua saudação é "okê arô" ou simplesmente "okê"



AS POTENCIALIDADES QUE OXÓSSI NOS TRAZ PARA ALCANÇAR SUCESSO.

Oxóssi é ode, que na língua Ioruba significa caçador. Para ser um bom caçador precisamos adquirir certas qualidades que são
típicas de Oxóssi. Seus filhos de cabeça por natureza já as trazem, mas todos podemos buscar desenvolvê-las para nosso auto
aperfeiçoamento e sucesso.


PACIÊNCIA

Para realizar uma boa caça é necessário um apurado senso de observação. Imagine que você tem apenas uma flecha nas mãos e
precisa acertar o alvo. A pressa certamente não fará você aguardar o melhor momento de atirar. Por isso, Oxóssi nos ensina a
paciência. Aguardar o momento certo das coisas, ter precisão na ação. É com a virtude da paciência que o caçador aguarda o
tempo que for necessário, mirando sua presa, para atirar a sua flecha.


ASSERTIVIDADE

Depois de aguardar o tempo das coisas, Oxóssi nos ensina a sermos assertivos na escolha. Sim, porque para aprender a arte dacaça é preciso fazer escolhas. Imagine-se de frente para um lago e a sua frente um cardume de peixes. Como mirar em todos ao mesmo tempo? A assertividade é a junção da observação com a paciência. E desta forma, Oxóssi nos ensina sua próxima virtude.


FOCO

Além do tempo das coisas e da escolha correta, precisamos mirar o alvo. E para isso, o foco aguçado nos ajudará na missão.
Oxóssi carrega muita sabedoria, pois sua vibração é a do elemento terra. A terra é segura, firme, precisa. E é essa energia
que precisamos para ter foco no que buscamos.


CONHECIMENTO

Não é possível adentrar a mata, a floresta fechada, sem o conhecimento de suas regras e os hábitos dos animais da floresta.
O caçador Oxóssi caminha sem ser notado e pela observação, obtém o conhecimento das possíveis ameaças que passam pelo seucaminho, como a pegada de uma onça que possa ataca-lo, ou a trilha de uma cobra venenosa que possa mordê-lo. Por isso,aproveitemos os ensinamentos de Oxóssi para buscarmos cada vez mais conhecimento em nossas vidas.


CORAGEM

Uma das principais virtudes desse Orixá é a coragem. Oxóssi é destemido, capaz de adentrar uma mata fechada e permanecer o
tempo que for necessário para trazer sua caça para alimentar a aldeia. Desta forma, Oxóssi enfrenta grandes desafios como o
frio, a chuva e o sol forte. A solidão, o silêncio e as ameaças da floresta não o amedrontam. Oxóssi caminha solitário mas
nunca sente-se inseguro.


AGILIDADE

Ser ágil significa agir rápido no momento que precisa executar algo com precisão. Agilidade não é ser estabanado e fazer as
coisas com pressa. A agilidade é fruto de uma observação precisa, de um foco determinado e de uma ação com vigor. Oxóssi nos
ensina isso. Em seu corpo belo e torneado carrega a jovialidade que espanta qualquer preguiça e a disposição para executar
as ação com a rapidez necessária para não perder o momento certo da caça.

Desta forma, ter disposição para enfrentar os momentos difíceis da vida com pré-disposição para a ação no momento correto é
o convite que Oxóssi nos deixa neste mês. Sejamos pacientes, assertivos, tenhamos foco, busquemos o conhecimento, com
coragem e agilidade que a nossa vida só tem a melhorar cada vez mais!

Oke Arô Oxóssi! Salve Oxóssi, o Rei das Matas!
Babalaô Ronaldo Linares

 

FONTES:Babalaô Ronaldo Linares
Rainer Sousa
Wikpedia

 

 (chifres de touro) fazem a comunicação entre o Aiyé e Orún, chamados de: Olugboohun – “o senhor escuta a minha voz.”

                                                                                                                                                    OXOSSÉ E OGUM

OXÓSSE, O IRMÃO DE OGUM

Oxóssi é um caçador nato, irmão mais novo de Ogum e protetor dos caçadores e policiais de toda ordem.  Empunha um arco e flecha de ferro e sua cor é o azul

 Seus filhos são lutadores, obstinados e não desistem de seus objetivos por nada.

De fortes ligações místicas são capazes até de adquirir poderes sobrenaturais.

Acima de tudo, possuem uma alegria contagiante e uma agitação inevitável.

 

O IUKÈRÈ

 Oxóssi usa Irukèrè, uma espécie de chicote, feito com pelos do rabo do touro, cujo objetivo maior é dominar os espíritos da floresta, pois o rabo do animal como fica voltado para traz, ou seja, para o passado e para os espíritos dos mortos.

 O Irukèrè também serve para espantar os mosquitos e sobretudo as abelhas — mensageiras de Oxossi, que deixam o seu mel aos pés de Iroko ou do Apáoká a verdadeira mãe de Oxossi, a que lhe deu o tesouro, que nada mais é do que o mel alimento real que é o Àsé principal das divindades femininas.

 

AS ABELHAS

As abelhas representam os espíritos de antepassados femininos que povoavam a floresta.

 

Oxóssi conhece a natureza, as plantas, as quais estão associadas à qualidade de Ode Ose Ewe e está ligado ao frio, à noite e a lua. Inclusive vários oriki de Oxóssi confirmam esta associação.

 

 

OXÓSSI E A MORTE- O AROLÉ

 

Tal como Xangô, Odé Oxóssi é um orixá avesso à morte.

Odé Oxóssi não importa o quanto se viva, desde que se viva intensamente.

Oxóssi é o único Orixá que entra na mata da morte, joga sobre si um pó sagrado, avermelhado, chamado AROLÉ, que passou a ser um de seus dotes. Esse pó o torna imune à morte e aos EGUNS.

 .

  

 ORÔ DE OXOSSI

Omo – Ode – Lailai

Omo – Ode – Kosajô

Abaderoco Koisô

Omo – Ode – Kosajô

  

 

 

                                        ERVAS/FOLHAS DE OXÓSSI E SUAS PROPRIEDADES*

 

                                                               

ACACIA-JUREMA:

 Usada em banhos de limpeza, principalmente dos filhos de Oxóssi. É também utilizada em defumações.

*A medicina popular a utiliza em banhos ou compressas sobre úlceras, cancros, fleimão e na erisipela.

 

ALFAVACA-DO-CAMPO

: Emprega-se nas obrigações de cabeça, nos banhos de descarrego e nos abô dos filhos do orixá a que pertence.

*A medicina caseira aplica esta planta para combater as doenças do aparelho respiratório, combate principalmente as tosses e o catarro dos brônquios; preparado como xarope é eficaz contra a coqueluche. Usada em chá ou cozimento das folhas.

 

ALFAZEMA-DE-CABOCLO/JUREMINHA  :

Alfazema de caboclo conhecida popularmente como jureminha, a alfazema é usada em todas as obrigações de cabeça, nos banhos de limpeza ou abô e nas defumações pessoais ou de ambientes.

* A medicina caseira usa os pendões florais, contra as tosses e bronquites, aplicando o chá.

 

ARAÇA –DE- COROA

 Araçá-de-coroa: Suas folhas são aplicadas em quaisquer obrigações de cabeça, nos abô e banhos de purificação.

* A medicina popular considera essa espécie como um energético adstringente. Cura desarranjos intestinais e põe fim às cólicas.

 

ARAÇA DA PRAIA:

Planta arbórea pertencente a Yemanjá e a Oxóssi. É empregada nas obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos dos orixás a que pertence.

*No uso popular cura hemorragias, usando-se o cozimento. Do mesmo modo também é utilizado para fazer lavagens genitais.

 

 

ARAÇÁ-DO-CAMPO:

É utilizada em banhos de limpeza ou descarrego e em defumações de locais de trabalho.

* A medicina popular emprega o chá contra a diarreia ou disenteria e como corretivo das vias urinárias.

 

CAAPEBA- PARIPAROBA:

Muito usada nas obrigações de cabeça e nos abô para as obrigações dos filhos recolhidos. Folha de muito prestígio nos Candomblés Ketu, pois serve para tirar mão de zumbi.

*A medicina popular utiliza seu chá para debelar males do fígado, e o cozimento das raízes para extinguir as doenças do útero. Surte efeito diurético.

 

CABELO-DE-MILHO :

Somente o pé do milho pertence a Oxóssi; as espigas de milho em casa propicia despensa farta. Quando secar troque-a por outra verdinha.

* O cabelo-de-milho é muito usado pela medicina do povo como diurético e dissolvente dos cálculos renais. É usado em chá.

 

CAPIM-LIMÃO:

 Erva sagrada de uso constante nas defumações periódicas que se fazem nos terreiros. Propicia a aproximação de espíritos protetores.

*A medicina caseira a aplica em vários casos: para resfriados, tosses, bronquites, também nas perturbações da digestão, facilitando o trabalho do estômago.

 

CIPÓ-CABOCLO

: Muito utilizada em banhos de descarrego.

*O povo lhe dá grande prestígio ao linfantismo, por meio de banhos. Usada do mesmo modo combate inflamações das pernas e dos testículos.

 

CIPÓ-CAMARÃO:

Usada apenas em banhos de limpeza e defumações.

 *O povo indica que, em cozimento é de grande eficácia no trato das feridas e contusões.

 

CIPÓ-CRAVO: Não possui uso ritualístico.

* Na medicina caseira atua como debelador das dispepsias e dificuldade de digestão. Usa-se o chá ao deitar. É pacificador dos nervos e propicia um sono tranquilo. A dose a ser usada é uma xícara das de café ao deitar.

 

COCO-DE-IRI:

Sua aplicação se restringe aos banhos de descarrego, empregando-se as folhas.

*A medicina caseira indica as suas raízes cozidas para por fim aos males do aparelho genital feminino. É usado em banhos semicúpios e lavagens.

 

ERVA-CURRALEIRA :

Aplicada em todas as obrigações de cabeça e nos abô dos filhos do orixá da caça.

*Na medicina popular é aplicada como diurético e sudorífico, sendo muito prestigiada no tratamento da sífilis. Usa-se o cozimento das folhas.

 

GOIABA-GOIABEIRA:

É utilizada em quaisquer obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos de Oxóssi.

*A medicina caseira usa a goiabeira como adstringente. Cura cólicas e disenterias. Excelente nas diarreias infantis.

 

 GROSELHA- GROSELHA-BRANCA:

Suas folhas e frutos são utilizados nos banhos de limpeza e purificação.

*A medicina popular diz que se fabrica com o fruto um saboroso xarope que se aplica nas tosses rebeldes que ameaçam os brônquios.

 

GUACO-CHEIROSO:

 Aplica-se nas obrigações de cabeça e em banhos de limpeza. Popularmente, esta erva é conhecida como CORAÇÃO DE JESUS.

*Medicinalmente, combate às tosses rebeldes e alivia bronquites agudas, usando-se o xarope. Como antiofídico (contra o veneno de cobra), usam-se as folhas socadas no local e, internamente, o chá forte.

 

GUAXIMA-COR-DE-ROSA:

Usada em quaisquer obrigações de cabeça e nos abô dos filhos do orixá da caça. É de costume usar galhos de guaxima em sacudimentos pessoais e domiciliares. Muito útil o banho das pontas.

*A medicina popular usa as flores contra a tosse; as folhas são emolientes; as pontas, sementes e frutos são antifebris.

 

GUINÉ-CABOCLO:

Utilizado em todas as obrigações de cabeça, nos abô, para quaisquer filhos, nos banhos de descarrego ou limpeza, etc. Indispensável na Umbanda e no Candomblé.

*O povo usa para debelar os males dos intestinos, beneficia o estômago na má digestão. Usa-se o chá.

 

INCENSO-DE-CABOCLO – Capim-limão:

Usada nas defumações de ambientes e nos banhos de descarrego.

*O povo a utiliza para exterminar resfriados, minorar as bronquites e, também, nas perturbações da digestão.

 

JABORANDI:

De grande aplicação nas várias obrigações.

* A medicina popular adotou esta planta como essencial na lavagem dos cabelos, tornando-os sedosos e brilhantes. Tem grande eficácia nas pleurisias, nas bronquites e febres que tragam erupções. Usa-se o chá internamente.

 

JACATIRÃO:

Pleno uso em quaisquer obrigações. O seu pé, e cepa são lugares apropriados para arriar obrigações. Não possui uso na medicina caseira.

 

JUREMA-BRANCA:

Aplicada em todas as obrigações de ori, em banhos de limpeza ou descarrego e entra nos abô. É de grande importância nas defumações ambientais.

*A medicina caseira indica as cascas em banhos e lavagens como adstringente. Em chá tem efeito narcótico, corrigindo a insônia.

 

MALVA-DO-CAMPO /MALVERISCO:

Seu uso se restringe aos banhos descarrego e limpeza. O povo a indica como de inflamatória nas afecções da boca e garganta.

* É emoliente, propiciando vir a furo os tumores da gengiva. Usa-se em bochechos e gargarejos.

 

PIPEREGUM-VERDE /IPEREGUM-VERDE : Erva de extraordinários efeitos nas várias obrigações do ritual.

*A medicina aponta-a como debeladora de reumatismo, usando-se banhos e compressas.

 

PIPEREGUM-VERDE-E-AMARELO:

Tem o mesmo uso ritualístico prescrito para o piperegum de Oxóssi.

*Na medicina popular é o mesmo que piperegum-verde.

 

PITANGATUBA :

Usado em quaisquer obrigações de ori, ebori, lavagem de contas e dar de comer à cabeça.

* A farmácia do povo indica em chá, nos casos de febres e também para desobstruir os brônquios.

 

 

FRUTAS DE OXÓSSI:

 

 - Coco, cana de açúcar, abacaxi, laranja, limão, camboatá, caju, acerola, sapucaia, cacau, mangaba, butiá, nêspera (ameixa branca), frutinhas de mato (abiu, bacaba, bacuri, murici, pequi, etc).

 

FLORES DE OXÓSSI

Antúrio, Samambaia, folhagens e flores em geral.

 

SINCRETISMO- SÃO SEBASTIÃO 

***São Sebastião é sincretizado com a figura de Oxóssi na Umbanda. (ver a história de São Sebastião)

  

 Okê, Caboclo – NA Umbanda, a figura de Oxossi também está muito ligada aos Caboclos.

 

Originalmente a palavra Caboclo significa mestiço de Branco com Índio.

Mas na percepção umbandista, refere-se aos povos que em épocas remotas habitaram diversas partes do planeta, como civilizações aparentemente primitivas, mas na realidade de grande sabedoria. 

Todos os Caboclos são falangeiros de Oxossi, porem na Umbanda, compreendemos que eles possuem vibrações originais variantes, podendo se apresentar também sob a irradiação de Ogum, Xangô, Iemanjá ou Oxum.

 

CABOCLOS NA IRRADIAÇÃO DOS ORIXÁS

 

CABOCLOS DE OGUM

Águia Branca,   Águia Dourada,

Araribóia,   Beira-Mar,

Caboclo da Mata,   Caiçaras,

Guaracy,   Ipojucan,   Rompe Aço,

Rompe Mato,

Sete Matas,   Sete Ondas,

Tabajara,   Tamoio,

Tupuruplata,   Ubirajara, etc.

 

CABOCLOS DE XANGÔ :

Araúna,   Caboclo do Sol,

Cajá,   Caramuru,

Cobra Coral,   Girassol,

Goitacaz,   Guará,

Juparã,   Sete Cachoeiras,

Sete Caminhos,   Sete Estrelas,

Sete Luas,   Sete Montanhas,

Tupi,   Treme Terra,

Ubiratan, etc.

 

CABOCLOS DE OXOSSI 

Arruda,    Aimoré,

Arapuí,    Boiadeiro,

Caboclo da Lua,   Caçador,

Flecheiro,   Folha Verde,

Guarani,   Paraguaçu,

Mata Virgem,   Pena Azul,

Pena Branca,   Pena Verde,

Pena Dourada,   Rei da Mata,

 Rompe Folha,   Sete Flechas, Serra Azul,

Tupinambá,   Tupaíba,

Tupiara,   Sete Encruzilhadas,

Junco Verde,   Tapuia, etc.

 

CABOCLOS DE OMULÚ 

Arranca Toco,    Aimbiré,

Bugre,   Giramundo,

Yucatan,   Jupurí,

Uiratan,   Pedra Branca,

 Pedra Preta,   Laçador,

Caboclo Roxo,   Grajaúna, Piraí,

Surí,   Serra Negra,

Tira Teima,

Folha Seca, Sete Águias,

 Tibiriçá,   Viramundo,

Ventania, etc.

 

CABOCLAS DE IANSÃ

Bartira,   Jussara,

Jurema,  

Maíra,    Valquíria,

 Raio de Luz,    Poti,

Talina,   Potira, etc.

I

CABOCLAS DE IEMANJÁ 

Diloé,   Cabocla da Praia,

Estrela d'Alva,   Guaraciaba,

Janaína   Jandira,

 Jaci,   Sete Ondas,

Sol Nascente, etc.

 

CABOCLAS DE NANà

Assucena,   Inaíra,

Juçanã,   Janira,

Juraci,   Muiraquitan,

Sumarajé,   Paraguassú, etc.

 

CABOCLAS DE OXUM

Iracema,   Yara,

Imaiá,   Jaceguaia,

Juruema,   Juruena,

Araguaia,   Estrela da Manhã,

Tunuê,   Mirini, etc.

 

BOIADEIROS

Ainda na linha de Caboclos, identificamos os Boiadeiros, uma manifestação de espíritos daqueles que foram muito acostumados à terra de chão, à vida selvagem do homem do campo.

 

BOIADEIRO

                  Um Boiadeiro traz consigo as lições de um tempo onde o respeito aos mais velhos e à natureza, à família e aos animais, enfim, a boa educação e bons costumes falavam mais alto e faziam muito mais diferença do que nos dias de hoje.

Falar em Oxóssi, Caboclos ou Boiadeiros na Umbanda, é fazer menção a todos eles que, com denominações diversas, atuam em nossos terreiros com humildade, como muito bem recomenda a espiritualidade.

Fonte: Umbanda- Espada de Ogum

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

                                                         DANÇA DE ODÉ- LINDA

 

                                            

 

OUTROS DEUSES DA CAÇA

 

Outros deuses da caça:

Oriluerê,

Erinlé,

Ibualama,

*Logun Edé.

Oxóssi – Odé, está ligado à terra virgem.

Possui muita importância em Kétu, torna-se: ALÁKÉTU (REI DO KÉTU).

É AXÉXÉ  (princípio dos princípios) dos descendentes de Kétu.

 

*LOGUN EDÉ

 

*Não se pode falar de Oxóssi e não falar sobre  Logunedé ou Logun Ede, do iorubá Lógunède.

 É um orixá africano que na maioria dos mitos costuma ser apresentado como filho de Oxum Ipondá e Oxóssi Ibualama.

 

Segundo as lendas, vive seis meses nas matas caçando com Oxóssi e seis meses nos rios pescando com Oxum.

 É cultuado na nação Ijexá como sua mãe (Oxum), mas também nas nações Ketu e Efon, sendo o seu culto muito difundido no Rio de Janeiro.

 

 No entanto, existem outras versões acerca de sua filiação.

 Se na maioria dos mitos, Logunedé surge como filho de Oxum e Oxóssi, em outros, um pouco mais raros, aparece como filho de Ogun e Iansã. 

Há, ainda, histórias que contam a lenda de Logunedé como filho desses quatro Orixás, apresentando-o como nada mais, nada menos que uma representação dos Orixás Gêmeos, Ibeji.

 

Simultaneamente caçador e pescador, Logunedé é o herdeiro dos axés de Oxum e Oxóssi.   

Trata-se de um orixá que tem a graça, a meiguice e a faceirice de Oxum à alegria, à expansão de Oxóssi.

Se Oxum confere a Logunedé axés sobre a sexualidade, a maternidade, a pesca e a prosperidade, Oxóssi lhe passa os axés da fartura, da caça, da habilidade, do conhecimento.

 

 

Como símbolo da pureza, muitas vezes Logunedé também é visto como um ser andrógino. Ao contrário do que muitos pensam, Logun Ede não é de características masculina e feminina, não é bissexual. pessoas assim o dizem e usam deste artifício para denotações homossexuais.

 

Existem templos para Logun Ede em Ilesa, seu lugar de origem, onde em alguns itans é citado como um corajoso e poderoso caçador, que tamanha coragem é relacionada a de um leopardo.

Casado com três esposas.

é um Orixá de extremo bom gosto.

Sempre quando agradado devemos agradar sua mãe (Oxum).

Tem predileção ao dourado, é um Orisa muito vaidoso, é considerado o mais elegante de todos os Orisas.

 

 

OS OGE

 (chifres de touro) fazem a comunicação entre o Aiyé e Orún, chamados de: Olugboohun – “o senhor escuta a minha voz.”

                                                                                                                                                    OXOSSÉ E OGUM

OXÓSSE, O IRMÃO DE OGUM

Oxóssi é um caçador nato, irmão mais novo de Ogum e protetor dos caçadores e policiais de toda ordem.  Empunha um arco e flecha de ferro e sua cor é o azul

 

Seus filhos são lutadores, obstinados e não desistem de seus objetivos por nada.

De fortes ligações místicas são capazes até de adquirir poderes sobrenaturais.

Acima de tudo, possuem uma alegria contagiante e uma agitação inevitável.

 

 

 

 

O IUKÈRÈ DE OXÓSSI.

 

Oxóssi usa Irukèrè, uma espécie de chicote, feito com pelos do rabo do touro, cujo objetivo maior é dominar os espíritos da floresta, pois o rabo do animal como fica voltado para traz, ou seja, para o passado e para os espíritos dos mortos.

 

O Irukèrè também serve para espantar os mosquitos e sobretudo as abelhas — mensageiras de Oxossi, que deixam o seu mel aos pés de Iroko ou do Apáoká a verdadeira mãe de Oxossi, a que lhe deu o tesouro, que nada mais é do que o mel alimento real que é o Àsé principal das divindades femininas.

 

AS ABELHAS

As abelhas representam os espíritos de antepassados femininos que povoavam a floresta.

 

Oxóssi conhece a natureza, as plantas, as quais estão associadas à qualidade de Ode Ose Ewe e está ligado ao frio, à noite e a lua.

Inclusive vários oriki de Oxóssi confirmam esta associação.

 

 

OXÓSSI E A MATA DA MORTE- O AROLÉ

 

Assim como Xangô, Oxossi

Oxóssi é o único Orixá que entra na mata da morte, joga sobre si um pó sagrado, avermelhado, chamado AROLÉ, que passou a ser um de seus dotes.

Este pó o torna imune à morte e aos EGUNS.

 

 ORÔ DE OXOSSI

Omo – Ode – Lailai

Omo – Ode – Kosajô

Abaderoco Koisô

Omo – Ode – Kosajô

  

QUALIDADES DE ODE - OXOSSE

  

AKUERAN:

Velho, come carne crua, culto realizado na madrugada.

Tem fundamento com Oxumarè e Osónyín.

Muitas de suas comidas são oferecidas cruas.

Ele é o dono da fartura, ele mora nas profundezas das matas.

Veste-se de azul claro e tiras vermelhas, suas contas são azul claro

 Seus bichos são: papagaio e arara tira-se as penas e solta-se o bicho.

  

DANADANA:

Ele o Orixá que entra na mata da morte

Velho, irmão de Ogún, tem fundamento com Exu, Osónyín, Oxumarè, Oya e Obaluaê/Omulú.

 Ele  sai sem temer EGUN e a própria morte. Veste azul claro.

 

OTIN:

 Conhecido como Babá Otin –

 Oxossi , veste azul claro e o vermelho,

contas azuis e chapéu de plumas brancas.

Usa uma lança.

Guerreiro é muito parecido com o irmão Ogún vive na companhia dele, caçando e lutando, é muito manhoso e não tem caráter fácil, muito valente, estando sempre pronto a sacar sua arma quando provocado.

Não leva desaforo e castiga seus

filhos quando desobedecido.

Tem que se dar comida a Ogún.

  

ODEMIRA:

Acompanha Yemanjá, cultuado apenas no Axé Opo Afonjá.

 

OKOLO:

Velho, é Ossaiyn que traz esta qualidade no barracão.

 

ORIEJE:

Veste verde, é assentado na floresta.

 

OSONGBO:

Vem ao barracão com uma flauta de osso, cultua egungun.

 

ORUMINA:

É do mato, aprecia animais selvagens.

 

GENDEPE:

 É do mato, violento.

 

ONIPABO:

Violento, acompanha Ogún, veste-se de azul, verde e vermelho.

 

ODOOKE:

Vive nos montes, Oxun do lado, come bode castrado.

 

ÀROLÉ:

Deus da caça veste-se de peles de animais, usa polvari, come carne

crua, usa duas capangas, debaixo do assentamento tem uma estrela.

É invocado no padê de Exu.

 É o verdadeiro rei de Ketu,as pessoas dele são muito antipáticas, jovem e romântico, gosta de namorar, vive mirando-se nas águas, apreciando

sua beleza. Come com Ogún e Oxún, aprecia carne de veado e é ágil na arte de caçar.

 

ODE OSE EWE OU YBO:

É o senhor da floresta, ligado as folhas e as Osonyín, com quem vive nas matas. Veste azul claro e usa capacete quase tampando o seu rosto.

 

IGBO:

Velho, associado a Osonyín. Cultuado em Lobu. Mania de perfeição

  

IBUALAMA:

 

É velho e caçador.

Come nas águas mais profundas.

Conta um mito que Ybualamo é o verdadeiro pai de Logunedé.

Apaixonado por Oxún e vendo-a no fundo do rio, ele atirou-se nas águas mais profunda em busca de seu amor.

Sua vestimenta é azul celeste, como suas contas.

Come com Omolú Azoani, usa um capacete feito de palha da costa e um saiote de palha.

 

INLÉ OU ERINLÈ:

É o filho querido de Oxaguian e Yemanjá.

 Veste-se de branco em homenagem a seu pai.

 Usa chapéu com palmas brancas e azuis claro.

É tão amado que Oxaguian usa em suas contas

uma azul claro de seu filho.

Come com seu pai e sua mãe (todos os bichos) e tem fundamento com Ogún Já.

 

 

KOIFÉ:

Não se faz no Brasil e na África, pois, muitos de seus fundamentos estão extintos.

Seus eleitos ficam um ano recolhidos, tomando todos os dias o banho das folhas.

Veste vermelho, leva na mão uma espada e uma lança.

Come com Osónyín e vive muito escondido dentro das matas, sozinho.

Suas contas são azuis clara, usa capangas e braceletes.

Usa um capacete que lhe cobre todo o rosto.

Assenta-se Koifé e faz-se Ybo, Ynlé ou Oxún Karé; trinta dias após, faz-se toda a matança.

 

 

ODÉ KARE:

É ligado as águas e a Oxún, porém os dois não se dão bem, pois, exercem as mesmas forças e funções.

Come com Oxún e Oxalá.

Usa azul e um Banté dourado.

Gosta de pentear-se, de perfume e de acarajé.

Bom caçador, mora sempre perto das fontes.

 

 

ODÉ WAW:

Vem da origem dos Orixás caçadores.

Veste-se de azul e branco, usa
arco e flecha e os chifres do touro selvagem.

Come com Oxalá e Xangô, pois, dizem que ele fez sua morada debaixo da gameleira.

Está extinto, assenta-se ele e faz-se Ayrá ou Oxún Karé.

 

 

ODÉ WALÈ:

É velho e usa contas azuis escuro.

É considerado como rei na África, pois, seu culto é ligado diretamente à pantera, é muito severo, austero, solteirão e não gosta das mulheres, pois, as acha chatas, falam demais, são vaidosas e fracas. Come com Exu e Ogún.

 

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LENDAS

 

A QUIZILA DE OXOSSE 

Conta-se que um grande caçador entrou na mata com seu filho Longunedé, ensinando-lhe a arte de caçar e manejar o arco e a flecha, após inúmeras caçadas,

Logun sentou-se embaixo de uma árvore para descançar.

Nessa árvore pousou um pássaro e Oxóssi preparou sua arma e atirou.

Acertou em cheio pássaro e, também, uma colmeia de abelhas.

Elas foram cair justamente sobre a cabeça de Logunedé, que sem ter como se defender foi picado. Oxossi vendo o desespero do filho, correu a acudi-lo, sendo mordido várias vezes.

Conseguindo fugir, deitou seu filho em folhas frescas e, sem saber o que fazer, pôs-se a chorar.

Eis que o Orixá Omolú vendo aquilo, parou e apiedou-se do estado de Logunedé, pois, a criança estava morrendo.

Omulú tirou de sua capanga água de cana e gengibre, pilou e aplicou sobre os ferimentos, aliviando as dores.

Após isto, fez o mesmo com Oxossi, curando-o completamente.

Oxossi então disse-lhe: Senhor dos aflitos, ponho o meu reino a seus pés e toda a minha caça que daqui por diante eu consegui, comeremos juntos.

 Omulú agradeceu e seguiu seu caminho.

Então Oxossi jurou que nunca mais comeria o mel, pois, o mel o faria lembrar todo o sofrimento seu e de seu filho.

Por isso Oxossi não leva mel e Logunedé leva  açúcar mascavo e gengibre.

 

Toda pessoa de Logun tem que assentar Azoani.

Tem que ter um pedaço de colméia para quando Logun chegar, depois enrola-se num morim e joga-se no rio.

Também é proibido aos filhos de Logun comerem palmito, fígado de boi e caças.

COR: azul claro, verde, branco (às vezes).

 

LENDA DE OXOSSI:  IBO/OXÓSSI

 

Oxossi é irmão de Ogun.

Ogun resolveu ensinar a arte de caçar à Ibô, omo era conhecido Oxóssi.

Oxalá precisou da pena de uma determinada ave e recomendou os serviços de Ogun.

Ogun não conseguiu e indicou o nome de Ibô para assumir o serviço, dizendo à Oxalá que ele era o melhor caçador do mundo.

Assim Ibô seguiu viagem, foi para a floresta e com apenas uma flecha conseguiu matar a ave e retirar a pena que Oxalá precisava.

Só que na saída da floresta foi atacado por vários animais ferozes, conseguindo escapar com vida, carregando a pena.

Andou vários dias se arrastando pelo chão.

Conseguindo chegar ao reino de Oxalá não atravessou os portões por estar quase morto.

Ogun o encontrou e o levou até Oxalá.

 Desconsertado Ibô desculpou-se com Oxalá pelo atraso porém, Oxalá o saudou dando à ele um novo nome: OXOSSI –SENHOR DA CAÇA.

  

LENDA DE ODÉ

 

Na cidade de Ifé, realizavam-se festividades e rituais por ocasião das colheitas.

Os sacerdotes da aldeia, fugindo aos seus costumes, não realizavam as oferendas obrigatórias para três das maiores bruxas conhecidas: as Iya-mi Oxorongás.

Esse ato imperdoável precisava de uma boa punição.

Foi assim que elas enviaram um enorme pássaro para assombrar aquela aldeia.

A ave ficou pousada no telhado do palácio, de onde podia avistar toda a cidade.

Um clima de medo e mau agouro espalhou-se entre os moradores, que não sabiam o que fazer para acabar com aquele terrível m

Oferendas foram realizadas para as Oxorongás, mas sem resultado.

Era tarde demais para isso.

 Foi então que alguns caçadores se apresentaram para matar o pássaro das bruxas, mas foram todos derrotados.

O último caçador possuía apenas uma flecha, e era a última esperança de livrar a aldeia da morte. Esse caçador era Odé.

Sua mãe, que estava longe daquele lugar, teve um mau presságio com relação a ele.

Consultando um babalawô, teve a confirmação do que já sabia: seu filho corria grande perigo.

Foram necessárias muitas oferendas para que a missão de Odé fosse executada com perfeição e, graças a isso, Odé pôde matar o pássaro com sua única flecha, livrando sua aldeia da aniquilação.

Desde então, vem sendo venerado por esse povo.

 

LENDA DE ERINLÉ

 

Erinlé, o caçador orixá guerreiro, um dia conheceu Orunmilá e tornaram-se amigos.

Erinlé necessitava de dinheiro e seu amigo Orunmilá emprestou-lhe o necessário.

O tempo passou e Orunmilá teve que voltar a Ifé.

Como Erinlé não tinha como saldar a dívida, foi procurar a orientação do babalaô.

O oráculo mandou que fizesse oferendas, pois assim conseguiria todo dinheiro que devia e muito mais.

Mas as oferendas eram demasiadamente dispendiosas e Erinlé não pode fazer o sacrifício.

 

Sem saída, Erinlé estava completamente envergonhado.

Foi até um ermo local onde costumava caçar, depositou seus instrumentos de caçador no chão e desapareceu solo adentro.

Junto ao seu ofá restou apenas uma quartinha d'água.

 

Seus filhos, desesperados, procuraram Orunmilá para orientá-los na busca do pai.

Orunmilá disse-lhes que talvez não o vissem nunca mais, mas que fizessem oferendas e teriam ao menos um sinal do caçador.

 

Os filhos de Erinlé o procuraram por tudo o que foi canto.

 

Um dia, chegando ao local misterioso onde Erinlé desaparecera, depararam com as armas do pai junto à quartinha d'água.

Ali então ofereceram muitos galos por Erinlé, chamando insistentemente pelo pai.

Logo a quartinha transbordou e a água passou a jorrar em abundância, escorrendo pelo chão.

O jorro d'água tomou um curso mata adentro, avolumou-se e formou um novo rio, que todos sabiam ser o próprio Erinlé.

 

Os parentes seguiram o rio, que os guiou até a sua casa.

No caminho, Erinlé os fez saber que desejava que os galos a ele oferecidos fossem soltos vivos.

 

Assim foi feito e dizem que os galos de Erinlé estão vivos até hoje e que ninguém ousa matá-los.

 

Erinlé, o rio, continuou a correr para sempre.

 

Em Edê, Erinlé encontra-se com outro rio É Oxum, o rio Oxum, que parte  de Ijumu e corre ao encontro de Erinlé.

 

Em Edê os dois se juntam num único caudaloso e calmo rio, são as águas tranquilas que correm juntas para a lagoa.

 

Da união de Oxum com Erinlé nasceu Logum Edé.

 

Tempos depois, junto ao rio Erinlé, num lugar chamado Ibualama, pela profundeza das águas, os devotos instituíram um templo para Erinlé.

 

Por causa do nome do lugar, o Caçador, que também se chama Inlé, passou a ser conhecido como Ibualama.

 

COMIDAS:

 EWA

 (feijão fradinho torrado) dentro de um obero (panela de barro – alguidar),

AXOXO  

(milho vermelho com fatias de coco 

FRUTAS VARIADAS

  

DIA DA SEMANA: quinta-feira. 

DATA: Corpus Christi (BA),

23 de abril (SP),

 20 de janeiro (RJ).

 

FRUTAS:

coco, goiaba, manga rosa, pitanga, jabuticaba, espiga de milho, Graviola, mamão e limão.

  

FOLHAS: 

Jaborandi

Bredo de santo Antonio

Arruda miúda

São gonçalinho

Erva curraleira Lágrimas de N. Sra. –

 Espinho cheiroso

Groselha (folhas)

 Dandá da Costa

Alecrim do campo

Pitanga

Arueira –

Maminha de vaca

Goiabeira

Carrapicho –

Abre caminho

 

Patchulim (folhas)

Caiçara –

Alfavaca

Araçá

Saião

Folha do fogo

Oripepe –

Ingá

Guiné

Peregun –

Acácia jurema

Jarrinha

Alecrim caboclo –

Cabelo de milho...

 

 

BEBIDAS:

 água de coco, aluá,

 água de coco com açúcar mascavo,

água com açúcar mascavo e = melaço.

 

 

METAL:

 bronze, metal amarelo, estanho (às vezes).

 

PARTE DO CORPO:

antebraço, braço, cabelo do corpo e pulmão.

 

SÍMBOLOS:

Ofá, Ode Mata, Irukèrè, Oge (2), Apo (capanga).

 

SACERDOTE:

Odesi

CARGOS:

qualquer, inclusive Ojé.

SAUDAÇÃO:

 Oke Aro!

 

Suas festas são de grande beleza eopulência.

Uma delas, a das Quartinhas de Oxossi, no candomblé do Gantois, onde reina a veneranda Mãe Menininha , é inesquecível espetáculo.

Come tudo que é caça e seu dia é quinta-feira.

 

 

ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE OXÓSSI 

O arquétipo de Oxóssi é o das pessoas espertas, rápidas, sempre alerta e em movimento.

 São pessoas cheias de iniciativa e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades.

Têm o senso da responsabilidade e dos cuidados para com a família.

São generosas, hospitaleiras e amigas da ordem, mas gostam muito de mudar de residência e achar novos meios de existência em detrimento, algumas vezes, de uma vida doméstica harmoniosa

 e calma.

 

Local de maior vibração do orixá: mata fechada

 

SINCRETISMO:  SÃO SEBASTIÃO

 

São Sebastião (França, 256 d.C. – 286 d.C.) originário de Narbonne  e cidadão de Milão, foi um mártir e santo cristão, morto durante a perseguição levada a cabo pelo imperador romano Diocleciano.

 

ORIGEM DO NOME 

 O seu nome deriva do grego SEBASTÓS

 que significa DIVINO, VENERAVEL, (que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima).

 

Ele teria chegado a Roma através de caravanas de migração lenta pelas costas do mar mediterrâneo, que na época era muito abundante. 

De acordo com Actos apócrifos, atribuídos a Santo Ambrósio de Milão, Sebastião era um soldado que teria se alistado no exército romano por volta de 283 d.C. com a única intenção de afirmar no coração dos cristãos, enfraquecido diante das torturas.

 

Era querido dos imperadores Diocleciano e Maximiano, que o queriam sempre próximo, ignorando tratar-se de um cristão e, por isso, o designaram capitão da sua guarda pessoal, a Guarda Pretoriana.

 

Por volta de 286, a sua conduta branda para com os prisioneiros cristãos levou o imperador a julgá-lo sumariamente como traidor, tendo ordenado a sua execução por meio de flechas (que se tornaram símbolo constante na sua iconografia).

 

Foi dado como morto e atirado no rio, porém, Sebastião não havia falecido.

Encontrado e socorrido por Irene (Santa Irene), apresentou-se novamente diante de Diocleciano, que ordenou então que ele fosse espancado até a morte.

 

Seu corpo foi jogado no esgoto público de Roma. Luciana (Santa Luciana, cujo dia é comemorado a 30 de Junho) resgatou seu corpo, limpou-o, e sepultou-o nas catacumbas.3 4

 

 

 INCONSTANCIA NOS RELATOS DE SUA VIDA

 

SÃO SEBASTIÃO, POR BOTTICELLI.

 

Existem inconsistências no relato da vida de São Sebastião: o édito que autorizava a perseguição sistemática dos cristãos pelo Império foi publicado apenas em 303 (depois da Era Comum).

Por isso é que a data tradicional do martírio de São Sebastião parece precoce.

 

O simbolismo na História, como no caso de Jonas, Noé e também de São Sebastião, é visto, pelas lideranças cristãs atuais, como alegoria, mito, fragmento de estórias, uma construção histórica que atravessou séculos.

 

O bárbaro método de execução de São Sebastião fez dele um tema recorrente na arte medieval, surgindo geralmente representado como um jovem amarrado a uma estaca e perfurado por várias setas (flechas); três setas, uma em pala e duas em aspa, atadas por um fio, constituem o seu símbolo heráldico.

 

O CULTO AO SANTO

 

Tal como São Jorge, Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto nasceu no século IV e que atingiu o seu auge na Baixa Idade Média, designadamente nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa.

 

Embora os seus martírios possam provocar algum ceticismo junto dos estudiosos atuais, certos detalhes são consistentes com as atitudes de mártires cristãos seus contemporâneos.

 

 

SÃO SEBASTIÃO

 

 

Começando a nossa reflexão, podemos dizer que não existe católico que não tenha ouvido falar, ao menos uma vez, a respeito de São Sebastião.

De fato, o nosso santo padroeiro foi um cristão que se tornou famoso por sua valentia e coragem, nos primeiros tempos da Igreja.

Nasceu em Narbona, uma cidade perdida no imenso império romano, que então dominava o mundo. Hoje ela ainda existe. Encontra-se no sul da França, que naquela época fazia parte da província das Gálias.

 

ENTREMOS NA NARRATIVA: A VIDA DO SANTO

 

 Diz a história que, quando Sebastião era ainda pequeno, sua família mudou-se para a cidade de Milão, bem mais próxima de Roma, que era a capital do Império.

Ali morreu o seu pai, ficando o menino entregue aos cuidados maternos.

 A sua mãe era cristã, e isto não era tão comum naquela época, lá pelo ano 284.

 

Os cristãos eram perseguidos como inimigos do Estado pelo fato de não adorarem aos deuses pagãos. Todos os que adotassem essa nova religião seriam aprisionados e lhes eram confiscados os seus bens.

 

Daí então, a mãe de Sebastião, sendo cristã, transmitiu ao filho o dom da fé cristã. Fé viva e verdadeira que nos compromete em tudo e sempre.

Assim começa a história de um santo, início de uma vida como de qualquer vida.

 

A PERSEGUIÇÃO

 

 Faz muito tempo que Sebastião viveu; tantos séculos atrás, no alvorecer da era cristã.

Por causa de sua vida, em conflito com a dos demais, em Roma, os cristãos começaram a ser perseguidos e Sebastião tomou uma decisão importante: iria para Roma e tentaria ajudar os cristãos de lá, confiando na sua fé e no prestígio que gozava como soldado fiel e corajoso.

 

 SEGUNDA PARTE DE SUA VIDA

 

Agora é que começa a segunda parte da vida do jovem oficial do império.

Estamos no ano 303.

Desde o ano 63, quando Nero era imperador romano, os cristãos foram quase, ininterruptamente, perseguidos.

De tempos em tempos, um imperador declarava o extermínio sumário dos cristãos.

Cada um deles decretava uma perseguição mais feroz do que outra.

A perseguição, a que nos referimos, iniciou-se precisamente no dia 23 de fevereiro de 303 e foi ordenada pelo imperador Diocleciano com o seguinte decreto:

 

O DECRETO DE DIOCLECIANO CONTRA OS CRISTÃOS

 

“Sejam invadidas e demolidas todas as Igreja!

Sejam aprisionados todos os cristãos!

Corte-se a cabeça de quem se reunir para celebrar o culto!

 Sejam torturados os suspeitos de serem cristãos!

Queimem-se os livros sagrados em praça pública!

Os bens da Igreja sejam confiscados e vendidos em leilão!"

 

 Por três anos e meio correu muito sangue e não houve paz para os inocentes cristãos!

 

 Sebastião, logo que chegou a Roma, foi promovido a oficial.

O imperador cativado pela fibra e personalidade deste jovem o nomeou comandante dos pretorianos, seus guardas-pessoais.

 

 Um alto cargo, sem dúvida. Cargo de confiança e de influência.

No exercício deste ofício, porém, Sebastião estava exposto aos perigos da corte.

Sua vida talvez não corresse perigo, mas sua fé poderia ser abalada e suas convicções transformadas.

 

 A corte era um resumo de todos os vícios e depravações existentes no Império. O próprio imperador Diocleciano, filho de escravos, conseguiu o poder às custas de assassinatos.  

Era de uma avareza que se tornou proverbial.

Os tributos, que explorava , levou o povo, em pouco tempo, à extrema miséria.

 

 

 Durante esse tempo de perseguição, Sebastião trabalhava na corte.

Ocultava com muito cuidado sua fé cristã, não com medo de morrer, mas para cumprir melhor o seu papel: encorajar seus irmãos na fé e na perseverança, especialmente os mais tímidos e vacilantes, merecendo, com isso, o título de "auxílio dos cristãos".

 

 Assim sendo, muitos cristãos aprisionados e temerosos de sua morte, após ouvirem Sebastião, sentiam-se revigorados e destemidos, prontos a enfrentar a tortura e a morte por amor a Cristo.

Não mais os amedrontava o cárcere e a crueldade nos suplícios.

 

. Sebastião passava de cárcere em cárcere, visitando e animando os irmãos a se manterem firmes na fé, mostrando que na vida, os sofrimentos são passageiros e que o prêmio reservado aos perseverantes na fé é eterno.

 

 O caminho do cárcere era escuro, mas o cristão o alumiava com a sua fé; o lugar era frio, mas ele o aquecia com suas preces fervorosas e cantos inspirados.

 

 Mas enquanto alguns resolvem iniciar seu processo de conversão, outros continuam tramando o mal..

 

 

O PREFEITO CRISTÃO

 

O Prefeito da cidade de Roma, Cromáceo, convertido ao cristianismo, demitiu-se do cargo e começou a reunir, ocultamente, em sua casa, os recém-convertidos e, desta forma, estes não eram molestados. Então sugeriu que todos aqueles fossem para longe de Roma. Ali estariam protegidos da feroz perseguição.

Seguiam, assim, o que Jesus havia sugerido no Evangelho: "Se vos perseguirem numa cidade, fugí para outra!"

 

"Os magistrados que julgam as leis do Império, aceitem todas as acusações que se façam contra os cristãos, e nenhum apelo ou desculpa se admita na defesa dos réus!"

 

 Como se vê, não havia absolutamente, direito de defesa... Os cristãos eram acusados das coisas mais absurdas: de incendiar casas e cidades, de comer carne humana, de querer tomar o poder e outras coisas inacreditáveis...

 

 Sebastião já não podia continuar ocultando sua fé, por ter se tornado luz que ilumina a todos

 

A DENÚNCIA

 

E um dia alguém o denunciou ao prefeito, por ser cristão.

O imperador também foi cientificado e recebeu todas as informações.

Deixar Sebastião em liberdade representava um grave "perigo" para a cidade inteira.

Então, mandou que o chamassem para ouvir dele próprio a confirmação.

 

 Acuado e acusado de todos os lados, preparou-se o soldado cristão para assumir a sua missão.

Ainda podia fugir, podia voltar atrás, mas não o fez: ficou firme em sua fé e assumiu o acontecimento iminente.

Ele anunciou o Reino de Deus, denunciou a inutilidade dos ídolos da sociedade, suas injustiças e falsas ideologias, seus mitos e seus pecados.

Tinha se comprometido e, por isso, agora devia pagar o devido preço.

 

 Sebastião percebe, no entanto, que o silêncio de Deus é somente o intervalo entre duas palavras fundamentais: Morte e Ressurreição!

Ele já está pronto para responder, com seu sangue, às perguntas dos inimigos do bem e da verdade.

 

 Revestido da cintilante couraça e ostentando todas as insígnias merecidas, Sebastião se apresenta diante do imperador que o interroga.

Diante dos presentes estupefatos, confessa sua fé e diz resolutamente ser cristão.

O imperador logo o acusa de traidor.

Sebastião lembra que esta acusação é uma absurda mentira, pois até agora tem cumprido fielmente seu dever para com a Pátria e o imperador, protegendo-lhe a vida em muitas circunstâncias.

 

 O imperador estava imaginando uma forma original, diferente, de executar a sentença de morte que iria pronunciar contra o seu mais fiel oficial.

Mandou chamar o comandante dos arqueiros de numídia, homem originário de uma região desértica da África, onde a caça só era possível com as flechas e o incumbiu de executar a sentença capital do oficial cristão

                                                                                                                                        (tela de Benedito Calixto)

 O imperador ordenou que amarrassem o soldado cristão a uma árvore, num bosque dedicado ao deus Apolo.

Que o crivassem de flechas, mas não atingissem seus órgãos vitais, para que morresse lentamente. Assim foi feito! Com a perda de sangue e a quantidade de feridas, Sebastião desmaiou, já era tarde! Julgando-o morto, os flecheiros retiraram-se.

 

 Alguns cristãos que haviam preparado o necessário para o enterro, foram buscar o corpo. Provavelmente subornaram os carrascos dando-lhes dinheiro para conseguir o corpo do mártir.

Qual não foi a surpresa daqueles cristãos, quando perceberam que Sebastião respirava ainda.

Estava vivo... Levaram-no à casa da matrona Irene, esposa do mártir. Caustulo e, com muito cuidado, foram curando-lhe as feridas.

 

 Alguns dias se passaram, Sebastião já havia se recuperado dos ferimentos e estava disposto a ir até o fim.

Não fora ele chamado "defensor da Igreja" pelo próprio Papa?

Se ele a tinha defendido antes, às ocultas, agora a defenderia publicamente, para que todos pudessem escutar a defesa da Igreja, ali reduzida ao silêncio.

 

 Chegou o dia 20 de janeiro.

Era o dia consagrado à divindade do imperador.

Este saiu em grande cortejo de seu palácio e dirigiu-se ao templo do deus Hércules, onde seriam oferecidos os sacrifícios de costume.

Estando coroado pelos sacerdotes pagãos e pelos homens mais nobres do império, foi concedida uma audiência pública.

Quem desejasse pedir alguma graça ou apresentar alguma queixa, poderia faze-lo nesta ocasião, diante do soberano.

 

 Sebastião, com toda a dignidade que sempre o distinguiu e cheio do Espírito Santo, apresentou-se diante do imperador e, destemidamente, reprovou lhe o comportamento em relação à Igreja. Reprovou lhe as injustiças, a falta de liberdade e a perseguição aos cristãos.

O imperador ficou estarrecido ao reconhecer naquela pálida figura, a pessoa de seu antigo oficial que o julgava morto.

Tomado de ódio, ordenou aos guardas que o executassem ali, em sua presença e na presença de todos. Ele mesmo queria ter a certeza de sua morte.

 

 Imediatamente, os guardas investiram contra ele, e o moeram de pancadas com cassetetes e com os cabos de ferro de suas lanças, até que Sebastião não deu mais sinal de vida.

O imperador ordenou, então, que o cadáver do oficial traidor fosse jogado no esgoto da cidade e, assim, seria apagado, para sempre, a sua memória.

 

 Durante a noite, um grupo de cristãos foi até o local onde o corpo de Sebastião tinha sido jogado.

Os homens desceram à muralha que cercava o canal, pelo qual corria o esgoto da cidade.Com o rio Tibre estava na vazante, o corpo de Sebastião ficara preso a um ferro.

Levado para a catacumba, ali foi enterrado com todas as honras as honras e veneração dos cristãos, aos quais ele tanto servira e amara.

  

O PORQUE DA DEVOÇÃO

 

São Sebastião, por tudo aquilo que fez e enfrentou, é um santo muito popular.

É invocado como protetor contra a peste, a fome, a guerra e todas as epidemias.

Mas de onde vem esta devoção?

 

 Entre os antigos, as flechas, eram símbolos da peste pelas feridas cancerosas que provocavam.

Assim sendo, a piedade cristã, sabendo que em seu primeiro martírio Sebastião havia sido sufocado por uma saraivada de flechas, escolheu-o para ser protetor contra o flagelo da peste, epidemia arrasadora, especialmente nos tempos passados, mas que ainda hoje é bastante temível.

 

 Mas foi no ano 680, quando uma grande peste vitimara toda a Itália, que os fiéis recorreram a São Sebastião, fazendo voto de erigir uma Igreja a ele dedicada, se a peste cessasse.

E a peste realmente cessou!

Desde então, São Sebastião passou a ser invocada contra a peste e suas irmãs a fome e a guerra.

 

 

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