22-SOBRE: EFUM/ PAÓ/ DENDÊ

EFUN--PEMBA

Efun é um nome jeje-nago dado a vários tipos de pó, utilizados nos rituais afro brasileiro. É muito mais conhecido pelos leigos e o povo da umbanda como pemba, nomeclatura utilizada pela nação angola.

Efun ou pemba mineral é um pó retirado de calcário, que são encontrados na natureza em várias cores, também chamada de tabatinga. É utilizado na feitura de santo que serve para pintar o corpo do neófito, chamada de efum fum (pó branco).

 Efun ou pemba vegetal é um pó retirado de frutos tipo: obi, orobo, aridan, pichurin, nós-moscada e folhas sagradas. A mistura do efun mineral e o efum vegetal recebe o nome de atin e só deve ser preparada pela iyaefun ou iyalorixa. A farinha de mandioca é chamada naturalmente de efun nos terreiros de candomblé.

 Patricia Lopes.

 

     PAÓ

PAÓ

O paó (bater palmas) vem como tudo dentro do rito de uma interação e respeito de energias.

 O paó chama à presença, invoca; louva um SER aludido ou um elemento de àse.

Toda formulação de som nasce como uma síntese, como um terceiro elemento provocado pela interação ativa de dois tipos de elementos genitores: a mão ou a baqueta percutindo no couro do tambor, a vareta batendo no corpo do agogo, o pêndulo batendo no interior da campainha àjá, a palma batendo no punho. O som é conduzido por Èsù. A palavra como o som é atuante, porque é condutora do poder do àse, do hálito, da saliva, etc.

 O paó é louvado à tudo, principalmente Èsù (Òrìsà), o grande condutor de energias.

 A seqüência e quantidade faz alusão sempre ao movimento -3- uma seqüência de som repetido 3 vezes, também fazendo referência aos “9 Òrun”, contido em Ìgbá-odù.

• O Paó (pronuncia = paô) é um gesto que serve como sinal de que se é preciso comunicar alguma coisa, mas não se pode falar. Isso ocorre muito no candomblé quando as iniciandas estão no roncó e não podem falar, daí batem com as palmas das mãos tentando dizer algo, se comunicar por algum motivo. É usado também como saudação para orixá, e, é diferente de orixá para orixá.

 É uma palavra em yorubá que significa: "pa" = juntar

O Paó (pronuncia = paô) é um gesto que serve como sinal de que se é preciso comunicar alguma coisa, mas não se pode falar. Isso ocorre muito no candomblé quando as iniciandas estão no roncó e não podem falar, daí batem com as palmas das mãos tentando dizer algo, se comunicar por algum motivo. É usado também como saudação para orixá, e, é diferente de orixá para orixá.

 É uma palavra em yorubá que significa: "pa" = juntar uma coisa com outra; "o" = para cumprimentar... Essa palavra é uma contração de ìpatewó que significa aplauso.

 É um preceito do candomblé e normalmente não se usa na Umbanda.

 

O paó bate-se 3 vezes assim...

 3 + 7 vezes

Intervalo

 3 + 7 vezes

Intervalo

 3 + 7 vezes

    

  DENDÊ-

 

 

DENDÊ

É de grande utilidade em todos os setores de uma casa de candomblé. O óleo de cor avermelhada - epo - é considerado o sangue vegetal e é axé de realização. mas é interditado o seu uso, pela cor, aos Orixás brancos. O esbranquiçado da amêndoa - àdin - é a principal quizila de Exú.

O dendê permite moderar e suavizar situações sendo usado principalmente para divindades que se caracterizam pela luta como Xangô, Ogum, Iansã e Exú. Para as Iyámi, é oferecido como forma de substituição do èjè. Juntamente con o mel e o sal, o dendê é usado como tempero nos ritos de oferendas. O dendê também entra na relação de coisas proibidas. Após às 18 horas é denominado de omi pupa, água vermelha.

 

AS FOLHAS DO DENDEZEIRO

São colhidas sempre as folhas do alto da palmeira, para serem desfiadas e colocadas no alto das portas e janelas, recebendo então o nome de màrìwò. Representam a marca do pacto que Ogum faz com as casas de candomblé que ficam sob sua proteção, conforme é citado no Odu Okaran.

Das nervuras do dendezeiro são feitos o xaxará de Omulu e o ibiri de Nanã, atadas com tiras de couro, e utilizadas nas danças rituais, além de serem utilizadas na pintura de Iyawo. Os coquinhos sem a polpa externa, quando utilizados na prática do jogo de Ifá, são denominados de ikin, Em número de 16, devem possuir 4 pequenos orifícios, representando os olhos de Ifá. Enquanto dois dormem, os outros permanecem em constante vigília,

Em tudo o que se faz numa casa de candomblé, há sempre uma consciência divina. Vegetações, o poço encantado, árvores especiais abraçadas em seu tronco por tecidos e laços bem destacados ao lado das oferendas. É nesse ambiente que se produz a intimidade com as divindades e onde se protege e garante a vida e o bem estar de um povo.

 Lila Menezes