43-O SAL NAS RELIGIÕES,NA BÍBLIA...FEITIÇOS C/ SAL

 

“SAL É A SUBSTANCIA CARA AOS DEUSES”

CITAÇÃO DE PLATÃO (Platão foi um dos principais filósofos gregos da Antiguidade. )

 

Desde a Antiguidade que o sal é utilizado pelos homens e é considerado um bem muitíssimo precioso. Consideravam eles que era uma dádiva dos Deuses, e associaram-na tanto á religião, quanto á bruxaria.

Para, além disso, o seu valor monetário e econômico era comparável ao do ouro, da seda e das especiarias.

 

ORIGEM DO NOME

A palavra sal vem do vocabulário grego “hals” e “halos”, que tanto significam sal como mar. Da mesma raiz se deriva a palavra “halita”, dada ao Cloreto de Sódio encontrado em depósitos naturais, que é o sal gema.

 

Na Roma Antiga, a principal via de transporte chamava-se “Via Salaria” ou “estrada do sal”. Era por essa via que chegavam as caravanas que traziam o sal para a capital do Império, era por ela que os centuriões transportavam os cristais preciosos para a cidade.

 Como pagamento eles recebiam o “salarium”, que significava “dinheiro para comprar sal” e recebiam igualmente umas medidas de sal como pagamento de parte dos seus emolumentos.

O sal tinha assim um valor econômico como unidade monetária.

O uso da palavra “salarium” perdurou ao longo dos tempos, reconhecendo-se o seu nome na raiz etimológica da palavra “salário” (do latim “salariu”, ou “ração de sal”, “soldo”).

 

Desde 2000 A,C. que o sal é usado  como forma de preservar os alimentos, carne, peixe…

 

O USO DO SAL AO LONGO DOS TEMPOS E CULTURA

Na Antiguidade, era oferecido aos deuses, era usado pelos sacerdotes tanto em liturgias religiosas como em cerimónias mágicas, como para afastar os demônios.

 

 

          ASSIRIOS                                     EGIPCIOS                                             GREGOS E ROMANOS                    

 

 

OS ASSIRIOS

 Utilizavam-no nos cultos religiosos.

 

NO ANTIGO EGITO

O sal foi considerado matéria sagrada e era usado como produto sagrado, sendo feitas oferendas de sal aos Deuses.

Os Egípcios usavam igualmente o sal para desidratar e embalsamar o corpo dos faraós.

 

 

 

OS ROMANOS

Consideravam o sal um símbolo de sabedoria, e por isso usavam-no num ritual aos recém-nascidos: derramavam sal sobre eles para que não lhes faltasse a sabedoria.

 

 

OS ROMANOS E GREGOS

Nos seus sacrifícios aos deuses do lar, deitavam Sal na cabeça do animal, para o purificar.

Para eles o sal simbolizava igualmente a destruição e a infertilidade, daí a pratica dos romanos espalharem sal nas terras conquistadas: para elas se tornarem estéreis para sempre.

 Era um sinal de perpétua desolação.

Os Romanos tinham uma expressão para exprimir a infidelidade a uma amizade que era “trair a promessa e o sal”.

Assim desde aqueles tempos a ausência de um saleiro sobre a mesa representava um presságio, tanto quanto o sal derramado.

 

Da prática ritualística destes povos, bem como do povo hebreu, de salgar os sacrifícios oferecidos aos Deuses, nasce uma superstição muito comum na Antiguidade: Se o sal era derrubado na hora do sacrifício, prenunciava má sorte.

 

PARA OS HEBREUS

O sal era um elemento purificador.

O sal sempre teve um grande simbolismo, sendo o símbolo da perenidade da aliança entre Deus e o povo de Israel.

 

 

NO CRISTIANISMO

Mantem-se a crença judaica do sal como purificador, assim no ritual de baptismo era colocado sal nos lábios dos recém-nascidos.

 

No sec. XVI, o sal foi abolido por Lutero no ritual de batismo da religião protestante.

 

No entanto, uso do sal perdurou no batizado católico até 1973.

Foi usado na liturgia religiosa dos batizados de forma a simbolizar a expulsão do demónio (purificação), sendo igualmente o sinal de sabedoria sobre o recém-nascido.

 

IDADE MÉDIA                                                  ÁRABES

 

 

NA IDADE MÉDIA

Os alquimistas usavam o sal como elemento entre o mercúrio e o enxofre, sendo essencial á transmutação de metais.

O sal continuava sendo indispensável para afastar os maus espíritos, os demónios e as bruxas. Assim, deitava-se sal na chaminé da casa para impedir os demónios de nela entrarem.

E o facto de alguém comer alimentos sem sal era considerado altamente suspeito!!!

Proliferaram igualmente as superstições relativas ao sal, mantendo-se a superstição de que desperdiçar sal era mau agouro, era sinal de malefício.

Nesta época, o Sal separava senhores e servos, os que tinham dinheiro e os que não tinham...

 

A ÚLTIMA CEIA

Na obra de Leonardo da Vinci (1452-1519), “A última ceia” retrata um saleiro derrubado diante de Judas e apontando na sua direção.

Já naquela época dizia-se, que alguém que entornasse sal deveria pegar algum do que foi derramado e lançá-lo para trás do ombro esquerdo, lado que representava o mal.

 

OS ÁRABES

Citam recomendações de Maomé para: "começar pelo sal e terminar com o sal; porque o sal cura numerosos males".

 

O SAL NA BÍBLIA

Na Bíblia, as primeiras referências ao sal estão no Antigo Testamento, no Livro de Jó, com data estimada de 300 anos a.c., sendo que o A.T. o menciona com frequência, seja no contexto prático da vida, seja simbolicamente (significa nomeadamente pureza, incorruptibilidade, fidelidade).

 Em contrapartida no N.T. a referência ao sal torna-se metafórica.

 

NO SERMÃO DA MONTANHA

, Jesus diz aos apóstolos “vós sois o sal da terra”. Os Livros de Mateus e Marcos fazem alusão ao sal como dádiva da terra.

 

 ALGUMAS PASSAGENS BÍBLICAS

No A.T., o Livro dos Reis vangloria as qualidades purificadoras do sal.

 

Mas, o sal também trazia desgraça - um salmo relata que Deus podia transformar rios em desertos e terra fértil em pântano de sal, como castigo pela crueldade dos seus habitantes.

 

E em Juizes, 9:44, Albimilech capturou a cidade de Shechem, matou as pessoas que ali se encontravam, arrasou a cidade e semeou-a de sal. e, ainda transformou a mulher de Lot em estátua de sal porque olhou para trás ao fugir de Sodoma e Gomorra, cidades destruídas pela ira divina.

 

No A.T., o sal era um símbolo importante da relação com Deus. Assim, o sal devia ser colocado em todas as ofertas e os manjares oferecidos a Deus deviam todos ser salgados com sal:

 

"A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um." - Colossenses 4:6

 

 PÁSCOA JUDAICA

Ainda hoje, na Páscoa Judaica, no Pessach, as batatas e os ovos cozidos são regados com água salgada. Tal simboliza as lágrimas derramadas pelos judeus na travessia do deserto, durante a fuga do Egito.

 

PARA GREGOS, HEBREUS E ÁRABES

Para os gregos, hebreus e árabes o sal é considerado o símbolo da amizade e hospitalidade, sendo que na Arábia comer sal acompanhado é considerado uma acção sagrada.

 

NO MÉDIO ORIENTE

Acredita-se que quando duas pessoas comem sal juntas, formam um vínculo. Por isso, usa-se sal para selar um contrato.

 

EM MARROCOS

Deita-se sal nos lugares escuros para espantar os maus espíritos.

 

EM LAOS E SIÃO

As mulheres grávidas lavam-se diariamente com água e Sal, para proteger-se contra as maldições.

 

NOS PAIZES NÓRTICOS

Coloca-se Sal junto ao berço das crianças, para as proteger.

                                                          

                                                                JAPÃO-LUTADORES DE SUMO

 

 

 

NO HAVAÍ

A pessoa que volta de um funeral polvilha sal sobre si mesmo, para garantir que maus espíritos que rondassem o defunto não a acompanhem em casa.

 

 

NO JAPÃO

 O sal “shio” é considerado um purificador.

Os japoneses têm o costume de deitar sal na soleira da porta de suas casas depois de alguém não desejado ter saído.

Os lutadores de sumo, para a luta ser leal, deitam sal no ringue.

Também se espalha sal no palco antes de uma apresentação para evitar que os maus espíritos joguem pragas sobre os atores.

 

 

NO ESOTERISMO E NA MAGIA

O sal é amplamente utilizado no esoterismo, em vários rituais de magia, pois tem uma função purificadora, seja ele usado sozinho seja em conjunto com outros produtos.

Foi e tem sido usado no esoterismo e bruxaria para afastar as energias ruins e os maus espíritos

 

“CULINÁRIA” MAGICA sempre a mão: o sal

O sal é aquele ingrediente “mágico” que ninguém pode dizer que não tem, que não sabe o que é, ou que é muito caro.

Por isso a dona de casa pode ser uma grande feiticeira... mesmo que não seja grande cozinheira... Você pode optar pelo sal grosso ou marinho, no primeiro caso tem o inconveniente de arranhar a pele, no segundo tem a vantagem de conter elementos como iodo e magnésio que ajudam a relaxar e acalmar os ânimos.

Por isso... não esqueça o sal!