91-APOLO E DAFNE- O AMOR NÃO CORRESPONDIDO

                              A HISTÓRIA DE APOLO E DAFNE

APOLO, FILHO DE ZEUS

    

Dafne, uma ninfa, foi o primeiro amor de Apolo

A lenda de Dafne e Apolo é uma história de amor e repulsa que não surgiu por acaso, mas pela malícia de Cupido.

 

 

Apolo viu o menino brincando com seu arco e suas flechas e, estando ele próprio muito envaidecido com sua recente vitória sobre Piton, disse-lhe:

- Que tens a fazer com armas mortíferas, menino insolente?

Deixe-as para as mãos de quem delas sejam dignos.

Vê a vitória que com elas alcancei, contra a grande serpente que estendia o corpo venenoso por vasta extensão da planície!

Contenta-te com tua tocha, criança, e atiças tua chama, como costumas dizer, mas não te atrevas a intrometer-te com minhas armas.

O filho de Vênus ouviu essas palavras e respondeu:

Tuas flechas podem ferir todas as outras coisas, Apolo, mas as minhas podem ferir-te.

Assim dizendo, pôs-se de pé numa rocha do Parnaso e tirou da Aljava duas flechas diferentes, uma feita para atrair o amor, outra, para afastá-lo.

A primeira era de ouro e tinha a ponta aguçada, a segunda, de ponta rombuda, era de chumbo.

Com a flecha de ponta de chumbo, feriu a ninfa Dafne, filha do deus Peneu, e com a de ouro feriu Apolo no coração.

 

Sem demora, o deus foi tomado de amor pela ninfa e esta sentiu horror a ideia de amar.

Seu prazer consistia nas caminhadas pelos bosques e na caça.

Muitos amantes a buscavam, mas ela recusava a todos, passeando pelos bosques, sem pensar em Cupido nem em Himeneu.

 

Seu pai muitas vezes lhe dizia: "Filha, deves dar-me um genro, dar-me netos."

 

Temendo o casamento como a um crime, com as belas faces coradas, ela se abraçou ao pai, implorando: "Concede esta graça, pai querido! Faze com que eu não me case jamais!"

 

 

O contragosto, ele consentiu, observando, ao mesmo tempo, porém:- O teu próprio rosto é contrário a este voto.

 

 

 

 

 

O AMOR DE APOLO

Apolo amou Dafne e lutou para obtê-la; ele, que era oráculo de todo o mundo, não foi bastante sábio para prever o seu próprio destino.

Vendo os cabelos caírem desordenados pelos ombros da ninfa, imaginou: "Se são tão belos em desalinho, como deverão ser quando penteados?"

Viu seus olhos brilharem como estrelas; viu seus lábios, e não se deu por satisfeito só em vê-los. Admirou suas mãos e os braços, nus até os ombros, e tudo que estava escondido da vista imaginou mais belo ainda.

Seguiu-a; ela fugia mais rápida que o vento, e não se retardou um momento ante suas súplicas.

 

 Apolo exclamou: “- Para, Filha de Peneu! Não sou inimigo. Não fujas de mim, como a ovelha foge do lobo, ou a pomba do milhafre. É por amor que te persigo. Morro de medo que, por minha culpa, caias e te machuques nestas pedras.

Não corras tão depressa, peço-te, e correrei também mais devagar.

 Não sou homem rude, um campônio boçal.

Júpiter é meu pai, sou senhor de Delfos e Tenedos e conheço todas as coisas, presentes e futuras.

Sou deus do canto e da lira.

 Minhas flechas voam certeiras para o alvo. Mas, ah, uma flecha mais fatal que as minhas atravessou-me o coração!

Sou o deus da medicina e conheço a virtude de todas as plantas medicinais.,. mas  sofro de uma enfermidade que bálsamo algum pode curar!  

Para minha desgraça, o amor não se cura com nenhuma erva; a arte que cura os outros não o faz em mim, seu senhor!” 

A ninfa continuou sua fuga, nem ouvindo de todo a súplica do deus.

E, mesmo ao fugir, ela o encantava. O vento agitava-lhe as vestes e os cabelos desarrumados lhe caíam pelas costas.

O deus sentiu-se impaciente ao ver desprezados os seus rogos e, excitado por Cupido, diminui a distância que o separava da jovem. Era como um cão perseguindo uma lebre, com a boca aberta, pronto para apanhá-la, enquanto o débil animal avançava, escapando no último momento. Assim voavam o deus e a virgem: ela com asas do medo; ele com as do amor.

O perseguidor é mais rápido e adianta-se na carreira:sua respiração ofegante, já atinge os cabelos da ninfa.

As forças de Dafne começam a fraquejar e, prestes a cair,ela invoca seu pai, o rio-deus:                                            -Ajuda-me, Peneu! Abre a terra para envolver-me, ou muda minhas formas, que me têm sido tão fatais!

 

A METARMOFOSE DE DAFNE

Mal pronunciara estas palavras, um torpor lhe ganha todos os membros; seu peito começou a revestir-se de uma leve casca; seus cabelos transformaram-se em folhas; seus braços mudaram-se em galhos; os pés cravam-se no chão, como raízes; seu rosto tornou-se o alto do arbusto, (O LOUREIRO), nada conservando do que fora, a não ser a beleza.

Impotente perante a metamorfose da sua amada em arbusto, o loureiro, Apolo chorou e  abraçou-se aos ramos e beijou ardentemente a casca, declarando:

 

-Já que não podes ser minha esposa - exclamou o deus - serás a minha planta preferida. ( o loureiro). Usarei tuas folhas como coroa; com elas enfeitarei minha lira e minha aljava; e quando os grandes conquistadores romanos caminharem para o Capitólio, à frente dos cortejos triunfais, serás usada como coroa para suas frontes. E, tão eternamente jovem quanto eu próprio, também hás de ser sempre verde e tuas folhas não envelhecerão.

 

Foi assim que o loureiro ficou associado ao belo e luminoso deus, símbolo do seu amor pela ninfa Dafne.

 

                                             FOLHAS DE LOURO

 

(O louro, folha de uso culinário, é o símbolo da poesia, das letras e do sucesso.

A palavra "bacharelato" vem do latim,"bac calauros" o que quer dizer "formado coberto de louros".)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

As forças de Dafne começam a fraquejar e, prestes a cair,ela invoca seu pai, o rio-deus:                                            -Ajuda-me, Peneu! Abre a terra para envolver-me, ou muda minhas formas, que me têm sido tão fatais!

 

Mal pronunciara estas palavras, um torpor lhe ganha todos os membros; seu peito começou a revestir-se de uma leve casca; seus cabelos transformaram-se em folhas; seus braços mudaram-se em galhos; os pés cravam-se no chão, como raízes; seu rosto tornou-se o alto do arbusto, nada conservando do que fora, a não ser a beleza.

Impotente perante a metamorfose da sua amada em arbusto, o loureiro, Apolo chorou e  abraçou-se aos ramos e beijou ardentemente a casca, declarando:

 

-Já que não podes ser minha esposa - exclamou o deus - serás a minha planta preferida. ( o loureiro). Usarei tuas folhas como coroa; com elas enfeitarei minha lira e minha aljava; e quando os grandes conquistadores romanos caminharem para o Capitólio, à frente dos cortejos triunfais, serás usada como coroa para suas frontes. E, tão eternamente jovem quanto eu próprio, também hás de ser sempre verde e tuas folhas não envelhecerão.

 

Foi assim que o loureiro ficou associado ao belo e luminoso deus, símbolo do seu amor pela ninfa Dafne.