A VISITANTE
A VISITANTE
Chegava devagarzinho,
Nem batia no portão,
Atravessava o jardim
Pisando leve no chão.
Vinha pela madrugada,
E vinha durante o dia,
Metia-se em minha cama
Quando a noite estava fria.
Um dia briguei com ela
Por assim me perturbar.
E quanto mais eu brigava
Mais teimava em ficar.
Eu nem sabia o nome
Dessa presença constante
Que não me dava sossego
Nem mesmo por um instante.
Decidi não expulsá-la
Sem nada poder fazer,
Que visita era essa
Sempre a me aborrecer?
Acostumei-me com ela,
Quando soube da verdade.
Agora não me incomoda,
É minha amiga Saudade.
MELINDA