PG 126- MITOLOGIA AFRICANA

 

 

MITOLOGIA AFRICANA/ MITOLOGIA GREGA

 

                         

Podemos dizer que a mitologia africana se assemelha em muito à mitologia grega, com seus casos amorosos, traições, brigas, ciúmes, usurpação do poder etc., pois não se imagina termos divindades tão longe de nós, que sejam tão díspares dos sentimentos humanos.

          ORIXÁS                                                    DEUSES GREGOS

Elas, assim, têm que se aproximar dos seres humanos: precisam odiar amar, pensar, sentir, enfim, serem humanos como nós. Ora, leitor, você realmente acredita que Ògún desceu do céu em uma corrente, e abriu caminho com seu facão para os demais Orixás poderem andar na Terra? Você acredita que Obà cortou sua orelha para cozinhá-la para Ṣàngó (Xangô), pois Ọ̀ṣun (Oxum) lhe disse que este adorava um ensopado de orelha? Você acredita que Ògún brigou com Ṣàngó por causa de Ọya (Iansã) e ficaram inimigos para sempre? Meus Irmãos isso tudo são histórias para nos fazer pensar nas coisas. São mitos.

 

O MITO

O mito é sempre uma representação coletiva, transmitida aos descendentes para explicar o mundo. Ele é sentido e vivido. Circunscreve um acontecimento, narra uma criação, diz do que não existia e como passou a existir. Segundo Goethe em citação de Campbell (1997), os mitos são as relações permanentes da vida. Fala sempre das relações humanas e não é nem poderia ser lógico, pois se presta a todas as interpretações.

 

Moyers no livro de J. Campbell (O Poder do Mito) diz: “Mitos são histórias de nossa busca de verdade, de sentido, de significação, através dos tempos (…). Precisamos que a vida tenha significação, precisamos tocar o eterno, compreender o misterioso, descobrir o que somos”.

 

Para Jung, mito é a conscientização de arquétipos do inconsciente coletivo, uma união de consciente e inconsciente coletivo, assim como as formas através das quais o inconsciente se manifesta. O mito é aquele que remete, o rito é sua ação.

 

NA MITOOGIA GREGA

 

 

Na mitologia grega podemos observar o relacionamento dos mitos sobre curas fantásticas e dons cedidos pelos deuses, além da eterna busca de contato com estes por parte do povo. Visitando os templos, fazendo oferendas, erguendo altares e consultando os sacerdotes, estes sim que – em transe – teriam um contato direto com os deuses.

 

O Dr. Bernardo de Gregório diz: “Na Antiguidade o ser humano não conseguia explicar a Natureza e os fenômenos naturais, então, dava nomes ao que não podia explicar e passava a considerar os fenômenos como deuses”.

O trovão inspirava um deus, a chuva outro.

 O céu era um deus pai e a terra, uma deusa mãe e os demais seres, seus filhos.

Criava, a partir do Inconsciente, histórias e aventuras que explicavam de forma poética e profunda o mundo que o rodeava.

Essas ‘histórias divinas’ eram passadas de geração a geração e adquiriam um aspecto religioso, tornando-se mitos ao assumirem um caráter atemporal e eterno, por dizerem respeito aos conflitos e anseios de qualquer ser humano de qualquer tempo ou local”[2].

Vemos, portanto, que a experiência mítica é característica de todos os povos e culturas.

É a forma de explicarmos a religião e o sentimento religioso. Dá-nos ferramentas para entender e conceituar nossa experiência religiosa e justificar nossas práticas. Assim deve caminhar a Umbanda!

 

Referências bibliográficas:

BANDEIRA, Armando Cavalcanti. O que é a Umbanda. Ed. Eco, Rio de Janeiro: 1972.

CAMPBELL, Joseph. O Poder do Mito. Ed. Palas Athena. São Paulo: 1999.

Jung, C. G. Psicologia do inconsciente. Petrópolis: ed.Vozes. 1995.

OLIVEIRA, Paulo Gomes de Oliveira. Umbanda Sagrada e Divina. Ed. Aurora, Rio de Janeiro: 1953

SÁ JR., Mário Teixeira de. A invenção da alva nação umbandista. UFMS. Dourados: 20

[1] Cf. AMORIM, Hela. Do Politeísmo da Mitologia Grega ao Monoteísmo das Religiões Judaico-Cristãs Fundamentadas pelo Conceito de Arquétipo Junguiano. BOLETIM CLÍNICO PUC/SP – número 19 – novembro/2004

[2] Retirado de: http://www.beautyonline.com.br/bernardodegregorio/