PG-109- ORIXÁ NANÃ E SANTA ANA

 

 

       

Nanã e responsável pelos portais de entrada (reencarnação) e saída (desencarne).

(Ela é a  regente desse portal.)

 

MITOLOGIA

 

Ela é a  Deusa dos pântanos e da Lama, regente das chuvas, , senhora da morte, geradora de Iku (morte)

Nanã, Senhora de Dassa Zumê, Ela é orixá de origem Jeje, da religião da Dassa Zumê e Savê, no Daomé, hoje conhecida com República de Benin.

Em terras da África, Nanã é chamada de Iniê e seus assentamentos (objetos sagrados) são salpicados de vermelho.

 

Para uns mãe de Obaluaê, Ossãe, Oxumarê e Ewá.

 

Elegante senhora, nunca se meteu preocupou com o que este ou aquele fazia de sua própria vida.

Entretanto, Nanã sempre exigiu respeito àquilo que lhe pertencia. O que era seu era seu mesmo.

 Nunca foi radical, mas exigia que todos respeitassem suas propriedades.

 

A CACARUCAIA

 

Protetora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais.

Acredita-se que Nanã Burukê foi a primeira Yaba (Orixá Feminino) a surgir. Por isso mesmo, é tida como Cacurucaia dos Orixás, ou seja, uma Orixá velha,

 

 

QUEM É NANÃ

 

A mais temida de todos os Orixás e a mais respeitada.

É a muito, velha poderosa, séria e arredia.

Nanã é o encantamento da própria morte.

Seus cânticos são súplicas para que leve Iku – a morte – para longe e que permita que a vida seja mantida.

 

É a força da Natureza que o homem mais teme, a morte!

 Ela é a Senhora da passagem desta vida para outras, comandando o portal mágico, “a passagem das dimensões”.

Nanã é o Orixá da vida, que representa a morte a Ela devemos ter máximo respeito e carinho.

 

Nanã nos da à possibilidade de saber reconhecer a morte para se ter a vida. É respeitando a morte, que se  pode viver em paz.

Nanã é a mãe, boa, querida, carinhosa, compreensível, sensível, bondosa, mas quando irada, não reconhece ninguém.

 

Nanã é lama, é a terra em contato com a água.

Ela é o pântano, o lodo, sua principal morada e regência.

 Por isso encontramos sua presença nos lodaçais, lamaçais, pois ela nasceu do contato da água com a terra, formando a lama, dando origem à sua própria vida e a vida no planeta.

 

Ela é a chuva, a tempestade, a garoa.

Portanto um banho de chuva é ótimo para descarrego em homenagem a Nanã.

Nunca devemos reclamar da chuva que as vezes nos faz adiar  um passeio, festas e ou compromissos.

A chuva faz  parte da vida, ela irriga a terra permitindo que as plantas germinem e cresçam, que os rios continuem a correr fertilizando suas margens.

Quando a chuva cai demais, é porque Nanã (força da natureza) está insatisfeita.

Nunca ofenda Nanã, pois a sua ira se fará sentir em grandes tempestades!

 

 Nas casas de Santo, Nanã é extremamente cultuada e temida, pelo seu poder.

É ela a mãe da varíola e se faz presente quando existe epidemia da doença.

Senhora das doenças cancerígenas, está sempre ao lado do seu filho Omulú.

                                                         

                                                                                OS FILHOS DE NANÃ

 

                                                .

 

 

                                                                                                                                                      

Nanã era rainha de um povo e tinha poder sobre os mortos.

Para roubar esse poder, Oxalá casou com ela, mas não ligava para a mulher.

Então, Nanã fez um feitiço para ter um filho.

Tudo aconteceu como ela queria, mas, por causa do feitiço, o filho (OMOLÚ) nasceu todo deformado, com várias doenças de pele. (lepra)

 Horrorizada, não admitindo cuidar de uma criança assim, acabou abandonando-o no pântano na beira do mar para que morresse.

 

(FOI ENCONTRADO, SALVO E CUIDADO POR YEMANJÁ)

SALVO E CUIDADO POR YEMANJÁ.)

 

Quando Nanã engravidou de novo, Orumilá disse que o filho seria lindo, mas se afastaria dela para correr mundo.

E nasceu Oxumaré, que durante 6 meses vive no céu como o arco-íris, e nos outros 6 é uma cobra que se arrasta no chão.

Orumilá condenou-a a ter mais filhos, os quais nasceriam anormais ( Ewá e Ossayn), e a baniu do reino, ordenando-lhe que fosse viver no mesmo lugar onde abandonou seu pobre filho, no pântano.

 

 

                                             MAIS TARDE OMOLÚ PERDOA NANÃ

 

                                      

 

 

                                                                       

Devido ao sincretismo com Santana, que por sua vez é a padroeira dos boiadeiros, nota-se a devoção dos boiadeiros por Nanã Boruquê em seus pontos cantados e na cor das velas, desta forma Nanã e Santana passaram a ser reverenciadas pelos boiadeiros conjuntamente e por elas transmitem grande respeito.

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Nanã é a força da natureza feminina mais antiga na criação divina.

Para alguns, Nanã, é a “Senhora dos Mistérios”, pois Nanã teve participação ativa na criação do mundo.

 

         

 

O Orixá Nanã é primordial, é a energia que dá origem ao mundo, é a energia que é Criadora, é representativa da junção do elemento Terra e Água, que gera o elemento primordial de onde surgiu toda a vida no Planeta Terra.

Da lama, do barro, surgiu a primeira manifestação de vida no planeta. Dessa energia que surge toda a vida e é para essa energia que volta toda a vida quando finda a encarnação.

Nanã sintetiza em si morte, fecundidade e riqueza.

 

Nanã Buruquê, ou Burucu, ou Anemburoquê, é o Orixá feminino do fundo das águas de lago ou mar, do lodo e da lama, e da velhice.

Para alguns é o mais velho orixá feminino; mãe de todos os orixás.

 Para outros, apenas a mãe de Obaluaiê e Oxumaré.

Em alguns mitos, é esposa de Oxalá.

 

Nanã é quem participa com Oxalá na formação da vida, é o os princípios, os meios e os fins e o fim da Criação. Tem o poder de dar vida e forma aos seres humanos.

É ela que manipula o elemento água e terra formadores da vida na Terra.

Tanto é assim que seu elemento natural é a lama dos pântanos, as águas paradas da natureza. 

 

Regula tanto o nascimento quanto a morte do ser encarnado. Nanã responde, juntamente com Obaluaiê pelo equilíbrio energético da matéria e do espírito.

 

 

PROCESSO DA ENERGIA DE NANÃ

 

A energia regida por Nanã é muito utilizada nos problemas espirituais, desmanchando miasmas e obsessões, bem como se deve invocá-la nos processos cirúrgicos.

No processo de encarnação do espírito, Nanã atua junto com a energia de Obaluaiê na preparação e adormecimento do espírito que irá ocupar novamente uma matéria. (encarnação)

Obaluaiê é responsável pelo processo energético de redução do períspirito à forma do feto, enquanto Nanã adormece emocionalmente o espírito para que esse espírito que vai reencarnar não tenha lembranças de nada que vivenciou em vidas passadas.

 

 

NANÃ E OS EGUNS

 

                            

É o Orixá que tem forte ligação com os “eguns” (espíritos dos mortos), já que é associada com a criação e a morte dos seres vivos.

Somente através da morte do corpo poderemos voltar a nascer, ter outra vida, uma nova encarnação, um novo destino, e nesse processo a energia responsável por essa transformação contínua é a que vem através de Nanã.

 Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres.

Por isso, é o Orixá que rege a velhice, a senilidade, por estar associada à época de nossas vidas em que já começamos a não ter lembrança de tudo que nos acontece.

Ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma nova encarnação.

 

 

Dia: sábado;

 

Data: 26 de julho;

 

- Metal: Latão ou Níquel

 

-Partes do corpo: protege a barriga, o útero, a parte genital feminina, protege as mulheres gestantes;

 

-Comida: Aberem(milho torrado e pilado do qual é feito um fubá com açúcar ou mel), mugunzá;

 

-Arquétipo: tolerantes, mas implicantes maduros, lentos, firmes, bondosos, simpáticos, extremamente limpos e com temperamento artísticos;

 

-Símbolo: ibiri e os bradjas ( contas feitas com búzios, dois a dois, e cruzados nos peitos, indicando ascendente e descendente)

 

- Cor: Roxa ou Lilás (Em algumas casas: branco e o azul)

 

- Fio de Contas: Contas, firmas e miçangas de cristal lilás.

 

- Ervas: Manjericão Roxo,

Colônia,

Ipê Roxo,

 Folha da Quaresma,

Erva de Passarinho,

Dama da Noite,

Canela de velho,

Salsa da Praia,

Manacá.

 

 (EM ALGUMAS CASAS)

 

Assa peixe,

Cipreste,

Erva macaé,

 Dália vermelho escura,

 Folha de berinjela,

Folha de limoeiro,

Manacá,

Rosa vermelho escura, tradescância (erva da fortuna)

 

- Símbolo: Chuva.

 

- Pontos da Natureza: Lagos, águas profundas, lama, cemitérios, pântanos e poços.

 

- Flores: Todas as flores roxas.

 

- Essências: Lírio, Orquídea, limão, narciso, dália.

 

- Pedras: Ametista, cacoxenita, tanzanita

 

- Metal: Latão ou Níquel

 

- Saúde: Dor de cabeça e Problemas no Intestino

 

- Planeta: Lua e Mercúrio

 

- Dia da Semana: Sábado (Em algumas casas: Segunda)

 

- Elemento: Água

 

- Saudação: Saluba Nanã

 

- Numero: 13

 

- Data Comemorativa: 26 de julho

 

 

- Incompatibilidades: Lâminas, multidões.

 

                                                           SINCRETISMO: SANTA ANA

 

 

Santa Ana se casou jovem como toda moça em Israel naquele tempo. A tradição diz que São Joaquim era um homem de posses e pio, bem situado na sociedade. Ambos viviam em Jerusalém, ao lado da piscina de  Betesda, onde hoje está a Basílica de Santana. O casal se relacionava com pessoas de todo Israel, especialmente nas festas em Jerusalém.

 

A esterilidade de Santa Ana

Santa Ana, porém, tinha um grave problema: era estéril.

Não conseguia engravidar mesmo depois de anos de casada.

Em Israel daquele tempo a esterilidade era sempre atribuída à mulher, por causa da falta de conhecimento.

A mulher estéril era vista como amaldiçoada por Deus. Por isso, Santa Ana sofreu grandes humilhações.

São Joaquim, por sua vez, era censurado pelos sacerdotes por não ter filhos. Tudo isso fazia com que o casal sofresse bastante.

 

A concepção milagrosa de Maria

 

Santa Ana e São Joaquim, porém, eram pessoas de fé e confiavam em Deus, apesar de todo sofrimento que viviam. Assim, num dado momento da vida, São Joaquim resolveu retirar-se no deserto, para rezar e fazer penitência. Nessa ocasião, um anjo lhe apareceu e disse que suas orações tinham sido ouvidas.

 

Ao mesmo tempo o anjo apareceu também a Santa Ana confirmando que as orações do casal tinham sido ouvidas.

Assim, pouco tempo depois que São Joaquim voltou para casa, Ana engravidou. Parece que através do sofrimento, Deus estava preparando aquele casal para gerar Maria, a virgem pura concebida sem pecado, a mãe de Jesus o Salvador.

 

Santa Ana e São Joaquim são de fundamental importância na História da Salvação. Não só pelo nascimento de Maria, mas também pela formação que deram à futura Mãe do Salvador.

                                                               

                                                              

         SANTA  ANA, PADROEIRA DOS BOIADEIROS

 Devido ao sincretismo com Santana, que é a padroeira dos boiadeiros, nota-se a devoção dos boiadeiros por Nanã Boruquê em seus pontos cantados e na cor das velas, desta forma Nanã e Santana passaram a ser reverenciadas  pelos boiadeiros com grande respeito.

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CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DO ORIXÁ NANÃ.

 

São conservadores e presos aos padrões convencionais estabelecidos pelos homens. Passam aos outros a aparência de serem calmos, mudando rapidamente de comportamento, tornando-se guerreiros e agressivos; quando então, podem ser perigosos, o que assusta as pessoas.

 

Levam seu ponto de vista às últimas consequências, tornando-se teimosos.

Quando mães são apegadas aos filhos e muito protetoras. São ciumentas e possessivas. Exigem atenção e respeito, são pouco alegres e não gostam de muita brincadeira.

Os filhos de Nanã são majestosos e seguros nas ações e procuram sempre o caminho da sabedoria e da justiça.

 

LENDA DE NANÃ E OGUM

 

Viajante, conquistador, numa de suas viagens, ogum aproximou-se das terras de Nanã.

Sabia que o lugar era governado por uma velha e poderosa senhora.

Se quisesse, não seria difícil tomar as terras de Nanã, pois para Ogum, não havia exercito, nem força que o detivesse.

Mas Ogum estava ali apenas de passagem. Seu destino era outro, mas seu caminho atravessava as terras de Nanã. Isto ele não podia evitar e nem o importava, uma vez que nada o assustava e Ogum nada temia.

 

Na saída da floresta, Ogum deparou-se com um pântano, lamacento e traiçoeiro, limite do inicio das terras de Nanã. Era por ali que teria que passar.

Seu caminho, em linha reta, era aquele, por pior que fosse e não importando quem dominava o lugar. O destino e objetivo de Ogum era o que realmente lhe importavam.

 

Parou à beira do pântano e já ia atravessá-lo quando ouviu a voz rouca e firme de Nanã:

- Esta terra tem dono. Peça licença para penetrar nela!

No que Ogum respondeu em voz alta:

- Ogum não pede, toma! Ogum não pede, exige! E não será uma velha que impedira meu objetivo!

- Peça licença, jovem guerreiro, ou se arrependerá!, Retrucou Nanã com a voz baixa e pausada.

- Ogum não pede licença, avança e conquista! Para trás, velha, ou vai conhecer o fio da minha espada e a ponta de minha lança!

 

Dito isto, Ogum avançou pelo pântano, atirando lanças com pontas de metal contra Nanã.

 Ela, com as mãos vazias, cerrou os olhos e determinou ao pântano que tragasse o imprudente e impetuoso guerreiro.

 

E assim aconteceu...

Aos poucos, Ogum foi sendo tragado pela lama do pântano, obrigando-o a lutar bravamente para salvar sua própria pele, debatendo-se e tentando voltar atrás.

Ogum lutou muito, observado por Nanã, até que conseguiu salvar sua vida, livrando-se das águas pantanosas e daquela lama que quase o devorava.

 

Ofegante e assustado, Ogum foi forçado a recuar, mas sentenciou:

- Velha feiticeira! Quase me matou! Não atravessarei suas terras, mas vou encher este de pântano de aço pontudo, para que corte sua carne!

Nanã, impassível e calma, voltou a observar:

- Tu és poderoso, jovem e impetuoso, mas precisa aprender a respeitar as coisas. Por minhas terras não passarás, garanto!

 

E Ogum teve que achar outro caminho, longe das terras de Nanã.

Esta, por sua vez, aboliu o uso de metais em suas terras.

E até hoje, nada por ser feito com laminas de metal para Nanã.

                                                        SALUBA NANÃ

Fonte: Internete