PG 124-QUEM É OXÓSSI/ODÉ -ENERGIA PSÍQUICA, ETC.

                        

                             

 

 

                                                                OXOSSI. O CAÇADOR DAS ALMAS.

 

Ele é chamado de caçador das almas perdidas, porque na verdade, ele não é o caçador dos bichos de penas, nem dos felinos e sim, das almas perdidas dos filhos que mudaram seus caminhos e perderam a porta da evolução.
E essa é a sua simbologia, porque quem caça, procura o que está escondido, oque está perdido.
E sua flecha é para flechar o mal que ronda a vida dos filhos. E ele mesmo disse, que as feridas que há em seu corpo são as tristezas que há no coração de seus muitos filhos.

                                                   

           A PALAVRA  ODÉ

É comum ouvirmos a palavra Odé quando invocamos o orixá Osóssi. 
Mas, o uso da palavra Odé não deve ser empregado somente ao orixá Osóssi.

Odé quer dizer caçador, pessoa que pratica a arte de caçar, segundo todos os dicionários yoruba/português que se tem publicado.

Mas, na verdade não é bem assim. Não é Odé somente Osóssi, embora Osóssi seja o maior Odé. Odé é Logun-Edé, é Otin, é Erinlé, é Karê, é Óba, é Ewá, é Yeye Okê, é Olodê, é Olofá, é Oyá Messã, Babá Pitiodê entre muitos outros que ostentam o Ofá sagrado.
Logo, Odé designa um grupo de Orisás que possuem como habilidade o manejo com o arco e flecha e não um título exclusivo de um só orixá.

 

Orixá africano da caça, Oxossi recebia enorme importância juntamente com sua função. Em nossa Umbanda, Oxossi é identificado como a manifestação da elevação de toda energia psíquica. Assim, é o Orixá do psiquismo. É através da força de Oxossi que nós podemos elevar nossos pensamentos aos planos superiores. O fluxo mental e toda energia do pensamento remetem à Oxossi. Passa a ser, então, o Caçador de Almas.

 

No exercício da mediunidade e na própria atividade ritual, seja qual for o papel desempenhado pelo fiel, é segundo a energia desse Orixá que nós podemos alcançar os planos superiores de manifestação e conexão com as Entidades e Orixás de nossa Umbanda.

 

Seu local de culto são as matas e podemos, por isso, perceber sua forte ligação com Ossayin. Os espíritos que habitam as florestas e mesmo os animais tem forte ligação com esse Orixá. Com seu ofá, seu arco e flecha, ele garante a caça e pode-se comparar sua atuação com a figura mitológica de Sagitário. Ambos são caçadores de uma única flecha. Sabem o que buscam e nunca erram o alvo. Energia bastante ativa, Oxossi é considerado um Orixá “novo” no sentido de ter um fluxo bastante acelerado e ser entendido como energia derivada de outros Orixás mais “antigos”.

 

Relaciona-se claramente com praticamente todos os Orixás, demonstrando sua vibração conectada ao ambiente social. O caçador, naqueles tempos, era figura muito importante uma vez que dele dependiam tanto o alimento da tribo quanto a expansão das fronteiras. Em sua função de caçador, recebe o nome de Odé, significando, literalmente, “caçador” em iorubá.

 

Carrega ainda o irukerê, instrumento de crina de cavalo, touro ou búfalo que demonstra realeza na função de espanta-moscas, instrumento só possuído pelos membros das cortes africanas. Simboliza também o poder de seu possuidor sobre os espíritos da floresta, qualidade de espíritos extremamente temidos pelas pessoas que vivem próximas à mata e que não tem qualquer influência nos filhos de Oxossi possuidores de seu Irukerê. Tem função similar ao Iruexim, instrumento do Orixá Yansã do qual falaremos adiante que demonstra o poder deste Orixá sobre os espíritos dos desencarnados. Dizem dos filhos deste Orixá que estes são capazes de se comunicarem com os animais e segundo Verger são “pessoas espertas, rápidas, sempre alerta e em movimento”. São pessoas cheias de iniciativas e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades. Têm o senso de responsabilidade e dos cuidados para com a família.

 

São generosas, hospitaleiras e amigas da ordem, mas gostam muito mudar de residência e de achar novos meios de existência em detrimento, algumas vezes, de uma vida doméstica harmoniosa e calma”1

 

Já Beniste os considera “espertos, ágeis, esbeltos – têm senso de responsabilidade – apaixonados, românticos, carinhosos, volúveis, narcisistas – são festeiros – amáveis, educados e muito estimados – podem chegar a ser falsos e traiçoeiros – qualidades artísticas, criatividade, iniciativa, curiosos – agressivos e francos a ponto de serem grosseiros – não guardam segredos”.

 

    OXÓSSI E  OSSÃE/OSSAIN

 No corpo humano, Oxossi compartilha com Ossayin o domínio sobre os membros do corpo (braços e pernas) e também sobre o inconsciente.

 

 OXÓSSI E OGUM

ÒGÚN e ÒSÓSÌ estão estreitamente ligados à vegetação e à floresta e são considerados os Orixás caçadores. Divindade da caça e merecedora de uma reverência especial quando seu nome é citado. Oxoce compartilha de muitas características de Ogum. São irmãos na linguagem de terreiro, porém, se diferencia de Ogum, porque está ligado à terra virgem e não à árvore. Pierre Verger interpreta seu nome como Oxo Wusi (o guardião noturno é popular). Segundo um mito, este foi o grito dado pela multidão quando ele conseguiu matar um pássaro mandado pelas Yamis para perturbar a festa dos inhames dada pelo rei de Ifé. Já pela interpretação de outros, Odé era um moço muito acanhado, Oxo Osi (aquele que olha de banda), ele se sentia feio e se escondia atrás de uma mulher; só ela aparecia.

 

Da mesma forma que as nervuras das palmas representam ancestres ou espíritos das árvores e da terra, os pelos do rabo, da parte posterior, do poente, do passado, representam os ancestres, os espíritos de animais e todo o tipo de espíritos da floresta.

 

LIGAÇÃO COM O ORUM E O AYÊ

Traz também o Oge, par de chifres de touro selvagem. É interessante sua estrutura em forma de cone e sua relação com abundância e elemento procriado. Esta relação com ascendência e descendência faz com que o seu som seja de uma força inigualável, sendo um poderoso meio de comunicação entre o Orum e o Ayiê. O som obtido é denominado Olugbohun, que significa o senhor ouve a minha voz. A saudação Okê Arô é referência a um local primordial que os descendentes de Oduduwa ocuparam antes de fundar a cidade de Ketu.

 

Orixá da caça, é ligeiro e astúcio, sábio com um jeito ardiloso de conquistar a caça. Traz as boas vibrações para uma casa. Oxossi está ligado às artes.

Seu arquétipo combina as qualidades de Ogum com as de Omolu quanto aos melhores aspectos de ambos. É um pensador taciturno, amigo dos estudiosos e esforçados, daqueles que amam as pesquisas e as inovações úteis. Protetor da flora e da fauna, favorece os caçadores, mas é contrário à ação destrutiva: admite que se mate um leopardo em caso de defesa de um risco real, quando o há, mas não por sua pele ou para conquistar a glória de caçador. É o Chefe do Povo das matas. É curioso e observador. Seus filhos são muito alegres. São abundantes mas têm dificuldades em manter esta abundância sob controle. Seus filhos são tidos como “os queridinhos do terreiro”.

 

Pelo seu convívio com Ossaiyn exercem o poder sobre a medicina. São extremamente sociáveis, lidam bem com a administração e a política. São sagazes como o leopardo, fortes como o leão, observadores como a coruja e vaidosos como o pavão. Conhecem os animais profundamente e possuem as características de cada um deles. Só tomam atitudes depois de muito observar e aí sim, são sagazes e astutos.

 

São verdadeiros lordes e príncipes, sempre elegantes e nunca agressivos. Têm dificuldade em se manterem em lugares fechados, em assumir compromissos e responsabilidades. Têm dificuldades com a rotina. Precisam se envolver com a arte para expressarem sua criatividade. Fazem o que querem na hora que querem. Caso não haja um interesse pessoal em fazer algo, não fazem, deixando de lado, um pouco, o coletivo.

Estão sempre em busca de algo. Quando têm a certeza de que o parceiro está entregue, partem para outros objetivos. Fazem muita por interesse próprio. Cuidam muito bem das suas coisas, pois são individualistas, mas não são egoístas. São bastante zelosos com suas coisas. Dizem: “te empresto, mas cuida direito”.

São poéticos, sabem hipnotizar a caça para conquistar. São certeiros, pois pesquisam a caça antes de hipnotizá-la. Possuem um grande orgulho próprio. Por si só se bastam.

É sincretizado no Sul e Sudeste com São Sebastião e, no Nordeste, com São Jorge. É considerado protetor contra doenças epidêmicas, violências e fome. É benevolente, mas não perdoa: os que erram serão punidos, mesmo que com atraso. Seu dia é a quinta-feira.

 

Fontes : Vale do Sol e da Lua[1] VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás. 6. ed. Salvador: Corrupio, 2002. p. 114. [2] BENISTE, José. Orun – Àiyé. 5. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. p. 264. [3]VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás. 6. ed. Salvador: Corrupio, 2002. p. 112

 

 

 

ERVAS E FOLHAS DE OXÓSSI- USOS E PROPRIEDADES

      

 

São Gonçalinho

Jasmim-manga –

Caiçara - Carraoucho beiço-de-boi -

Acácia-jurema: Usada em banhos de limpeza, principalmente dos filhos de Oxóssi. É também utilizada em defumações. A medicina popular a utiliza em banhos ou compressas sobre úlceras, cancros, fleimão e na erisipela.

 Alecrim de Caboclo: Erva de Oxalá, porém mais exigido nas obrigações de Oxóssi. Não possui uso na medicina popular.

Fonte: Ohos de Oxalá

Alfavaca-do-campo: Emprega-se nas obrigações de cabeça, nos banhos de descarrego e nos abô dos filhos do orixá a que pertence. A medicina caseira aplica esta planta para combater as doenças do aparelho respiratório, combate principalmente as tosses e o catarro dos brônquios; preparado como xarope é eficaz contra a coqueluche. Usada em chá ou cozimento das folhas.

 

Alfazema-de-caboclo: Conhecida popularmente como jureminha, a Alfazema é usada em todas as obrigações de cabeça, nos banhos de limpeza ou abô e nas defumações pessoais ou de ambientes. A medicina caseira usa os pendões florais, contra as tosses e bronquites, aplicando o chá.

 

Araçá – Araçá-de-coroa: Suas folhas são aplicadas em quaisquer obrigações de cabeça, nos abô e banhos de purificação. A medicina popular considera essa espécie como um energético adstringente. Cura desarranjos intestinais e põe fim às cólicas.

 

Araçá-da-praia: Planta arbórea pertencente a Yemanjá e a Oxóssi. É empregada nas obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos dos orixás a que pertence. No uso popular cura hemorragias, usando-se o cozimento. Do mesmo modo também é utilizado para fazer lavagens genitais.

 

Araçá-do-campo: É utilizada em banhos de limpeza ou descarrego e em defumações de locais de trabalho. A medicina popular emprega o chá contra a diarreia ou disenteria e como corretivo das vias urinárias.

 

Caapeba-pariparoba: Muito usada nas obrigações de cabeça e nos abô para as obrigações dos filhos recolhidos. Folha de muito prestígio nos Candomblés Ketu, pois serve para tirar mão de zumbi. A medicina popular utiliza seu chá para debelar males do fígado, e o cozimento das raízes para extinguir as doenças do útero. Surte efeito diurético.

 

Cabelo-de-milho: Somente o pé do milho pertence a Oxóssi; as espigas de milho em casa propicia despensa farta. Quando secar troque-a por outra verdinha. O cabelo-de-milho é muito usado pela medicina do povo como diurético e dissolvente dos cálculos renais. É usado em chá.

 

Capim-limão: Erva sagrada de uso constante nas defumações periódicas que se fazem nos terreiros. Propicia a aproximação de espíritos protetores. A medicina caseira a aplica em vários casos: para resfriados, tosses, bronquites, também nas perturbações da digestão, facilitando o trabalho do estômago.

 

Cipó-caboclo: Muito utilizada em banhos de descarrego. O povo lhe dá grande prestígio ao linfantismo, por meio de banhos. Usada do mesmo modo combate inflamações das pernas e dos testículos.

 

Cipó-camarão: Usada apenas em banhos de limpeza e defumações. O povo indica que, em cozimento é de grande eficácia no trato das feridas e contusões.

 

Cipó-cravo: Não possui uso ritualístico. Na medicina caseira actua como debelador das dispepsias e dificuldade de digestão. Usa-se o chá ao deitar. É pacificador dos nervos e propicia um sono tranquilo. A dose a ser usada é uma xícara das de café ao deitar.

 

Coco-de-iri: Sua aplicação se restringe aos banhos de descarrego, empregando-se as folhas. A medicina caseira indica as suas raízes cozidas para por fim aos males do aparelho genital feminino. É usado em banhos semicúpios e lavagens.

 

Erva-curraleira: Aplicada em todas as obrigações de cabeça e nos abô dos filhos do orixá da caça. Na medicina popular é aplicada como diurético e sudorífico, sendo muito prestigiada no tratamento da sífilis. Usa-se o cozimento das folhas.

 

Goiaba – Goiabeira: É utilizada em quaisquer obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos de Oxóssi. A medicina caseira usa a goiabeira como adstringente. Cura cólicas e disenterias. Excelente nas diarreias infantis.

 

Groselha – Groselha-branca: Suas folhas e frutos são utilizados nos banhos de limpeza e purificação. A medicina popular diz que se fabrica com o fruto um saboroso xarope que se aplica nas tosses rebeldes que ameaçam os brônquios.

 

Guaco cheiroso: Aplica-se nas obrigações de cabeça e em banhos de limpeza. Popularmente, esta erva é conhecida como coração-de-Jesus. Medicinalmente, combate as tosses rebeldes e alivia bronquites agudas, usando-se o xarope. Como antiofídico (contra o veneno de cobra), usam-se as folhas socadas no local e, internamente, o chá forte.

 

Guaxima-cor-de rosa: Usada em quaisquer obrigações de cabeça e nos abô dos filhos do orixá da caça. É de costume usar galhos de guaxima em sacudimentos pessoais e domiciliares. Muito útil o banho das pontas. A medicina popular usa as flores contra a tosse; as folhas são emolientes; as pontas, sementes e frutos são antifebris.

 

Guiné-caboclo: Utilizado em todas as obrigações de cabeça, nos abô, para quaisquer filhos, nos banhos de descarrego ou limpeza, etc. Indispensável na Umbanda e no Candomblé. O povo usa para debelar os males dos intestinos, beneficia o estômago na má digestão. Usa-se o chá.

 

Incenso-de-caboclo – Capim-limão: Usada nas defumações de ambientes e nos banhos de descarrego. O povo a utiliza para exterminar resfriados, minorar as bronquites e, também, nas perturbações da digestão.

 

Jaborandi: De grande aplicação nas várias obrigações. A medicina popular adoptou esta planta como essencial na lavagem dos cabelos, tornando-os sedosos e brilhantes. Tem grande eficácia nas pleurisias, nas bronquites e febres que tragam erupções. Usa-se o chá internamente.

 

Jacatirão: Pleno uso em quaisquer obrigações. O seu pé, e cepa são lugares apropriados para arriar obrigações. Não possui uso na medicina caseira.

 

Jurema branca: Aplicada em todas as obrigações de ori, em banhos de limpeza ou descarrego e entra nos abô. É de grande importância nas defumações ambientais. A medicina caseira indica as cascas em banhos e lavagens como adstringente. Em chá tem efeito narcótico, corrigindo a insônia.

 

Malva-do-campo – Malvarisco: Seu uso se restringe aos banhos descarrego e limpeza. O povo a indica como desinflamadora nas afecções da boca e garganta. É emoliente, propiciando vir a furo os tumores da gengiva. Usa-se em bochechos e gargarejos.

 

Piperegum-verde – Iperegum-verde: Erva de extraordinários efeitos nas várias obrigações do ritual. A medicina aponta-a como debeladora de reumatismo, usando-se banhos e compressas.

 

Piperegum-verde-e-amarelo: Tem o mesmo uso ritualístico prescrito para o piperegum de Oxóssi. Na medicina popular é o mesmo que piperegum-verde.

 

Pitangatuba: Usado em quaisquer obrigações de ori, ebori, lavagem de contas e dar de comer à cabeça. A farmácia do povo indica em chá, nos casos de febres e também para desobstruir os brônquios.

-------------------------------------------------

Fonte: Olhos de Oxalá

 

FLORES DE OXÓSSI

Samambaia- Antúrio- Flores e folhagens diversas. -

 

 

LEGUMES

Abobora moranga, chuchu, cenoura, vagem, batata-doce, batata-inglesa, inhame e ervilha. Etc.

 

                                 GRÃOS

FEIJÃO  BRANCO, FRADINHO, AMENDOIM, ERVIHA, ARROZ, TRIGO, MILHO ETC.