PG 122-AS RELIGIÕES NO MUNDO- PARTE 4- CANDOMBLÉ

      

                                             

       CANDOMBLÉ

 

O candomblé é um culto ou religião de origem africana monoteísta, que crê no conceito de alma e vida após a morte.

 Sendo uma das religiões africanas mais praticadas do mundo e tem seguidores em toda a América.

 

ORIGEM DA PALAVRA  “CANDOMBLÉ” 

 A palavra candomblé é de origem Bantu (do Kimbundu).........Não da forma "apotugesada" que escrevemos,  "Candomblé"

                      A palavra dos povos bantu, vem de uma junção de palavras............... KA - NDOMBE - MBELE ....

Que tem o significado de : Pequena casa de iniciação dos negros.....

 

KA - No início da palavra tem a função diminutiva ...... NZO = Casa ........... KANZO = Pequena casa .........

NDOMBE = Preto, negro, escuro .............

MBELE = Criado, iniciado.

 

A PALAVRA CORRETA SERIA : KANDOMBELE...........

Fonte: Tata Kiretauã

 (Também  significa dança, que é uma das formas de culto aos orixás, deuses do candomblé.)

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RITUAIS DO CANDOMBLÉ

Os rituais de candomblé ocorrem geralmente em templos que são chamados de terreiros, roças ou mesmo casas.

A condução do ritual é responsabilidade do pai de santo, ou mãe de santo, e como regra é realizado através de cânticos, danças, batidas de tambores, oferendas entre outros.

São utilizadas roupas especiais para o ritual onde em ritmo de dança toca-se o tambor para que os filhos de santo possam incorporar um orixá. Geralmente o ritual tem duas horas de duração.

                                                   

                                                 

Na África, cada Orixá estava ligado originalmente a uma cidade ou a um país inteiro. Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais. Şàngó em Oyó, Yemoja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ògún em Ekiti e Ondo, Òşun em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Oşàálà-Obàtálá em Ifé, subdivididos em Oşàlúfon em Ifo e Òşágiyan em Ejigbo.

 

                                               

*IJEXÁ

O Candomblé de Nação Ijexá é praticado principalmente na Bahia. O modelo de culto sudanês jeje é formado pelas nações Jeje-Fon e Jeje-Mahin.

 *JEJE

Candomblé Jeje, é o candomblé que cultua os Voduns do Reino do Daomé levados para o Brasil pelos africanos escravizados em várias regiões da África Ocidental e África Central.

Essas divindades são da rica, complexa e elevada Mitologia Fon.

Os vários grupos étnicos - como fon, ewe, fanti, ashanti, mina - ao chegarem no Brasil, eram chamados djedje (do yoruba àjèjì, 'estrangeiro, estranho, designação que os yoruba, no Daomé atribuíam aos povos vizinhos, Introduziram o seu culto em Salvador, Cachoeira e São Felix, na Bahia, em São Luís, no Maranhão, e, posteriormente, em vários outros estados do Brasil.

        

  A ENTRADA DOS JEJES NO BRASIL

Assim, como os Nagôs ou yorubas, os jejes língua ewe, língua fon, língua mina e os fanti ashantis, formam grupos sudaneses que englobam a África Ocidental hoje denominada de Nigéria,Gana, Benin e Togo.

Sua entrada no Brasil ocorreu em meados do século XVII.

Quando os primeiros daomeanos chegaram ao Brasil como escravos, aqueles que já estavam aqui reconheceram o inimigo e gritaram “Pou okan, djedje hum wa!”; e assim ficou conhecido o culto dos Voduns no Brasil ou Nação Jeje.

 Dentre os daomeanos escravizados, uma mulher chamada Ludovina pessoa, natural da cidade Mahi [pron. marri], foi escolhida pelos Voduns para fundar três templos na Bahia.

 Ela fundou um templo para Dan; Kwé Sejá Hundé, mais conhecido como a Roça do Ventura ou Kpó Zehen São Felix;

um templo para Heviossô Zoogodo Bogun Male Hundô Terreiro do Bogum, em Salvador;

um templo para Ajunsun, que não se sabe por que não foi efetivamente criado. Esse é o segmento Jeje Mahi do povo Fon.

O templo de Ajunsun-Sakpata foi criado mais tarde pela africana Gaiaku Satu, em Salvador.

São os Jeje Savalu ou Savaluno.

Sakpata era rei da cidade de Savalu na África, segundo alguns historiadores, e foi o único rei que preferiu o exílio a se render aos conquistadores do Daomé. O dialeto dos savalus também é o Fon.

VODUNS

Os Voduns no Jeje são basicamente os da Mitologia Ewe e Fon.

 Dangbé é a serpente sagrada que representa o espírito de Vodum Dan.

Mawu é o Ser Supremo dos povos Ewe e Fon.

Lissá que é masculino, e também co-responsável pela Criação.

Loko é o primogênito dos voduns.dono da joia de mahi que e o rungbe

Gu vodun dos metais, guerra, fogo, e tecnologia.

Heviossô vodun que comanda os raios e relâmpagos.

Sakpatá vodun da varíola.

Dan vodun da riqueza, representado pela serpente do arco-íris.

Agué vodun da caça e protetor das florestas.

Agbê vodun dono dos mares.

Ayizan vodun feminino dona da crosta terrestre e dos mercados.

Agassu vodun que representa a linhagem real do Reino do Dahomey.

Aguê vodun que representa a terra firme.

Legba o caçula de Mawu e Lissá, e representa as entradas e saídas e a sexualidade.

Fa vodun da adivinhação e do destino.

Aziri vodun das águas doces.

Possun vodun do po e da terra seca representado pelo tigre.

Bessem é o dono das águas doces em Abomey e Ouidah, do qual é patrono.

Sogbô vodun do trovão da família de Heviossô.

Tobossi, Naê ou Mami Wata, são todas as voduns femininas das ezins jeçuçu, jevivi e salobres.

Nanã considerada por todos os adeptos do Culto Vodun como a grande Mãe Universal.

Ritual[editar | editar código-fonte]

Na Nação Jeje existe a necessidade do poço (se não existir uma nascente nas terras), o ideal é um sítio com nascente, mata natural, plantas e animais.

 

Toda casa Jeje deverá ter pelo menos um poço, um local reservado exclusivamente para as plantas e árvores necessárias ao culto, que chamamos "kpamahin", e alguns animais que são muito importantes no culto.

 

ROUPAS E DANÇAS

Voduns não usam roupas luxuosas não gostam de roupas de festa e geralmente preferem a boa e velha roupa de ração.

As danças são cadenciadas em um ritmo mais denso e pesado.

 

INICIAÇÃO

A iniciação ao culto dos voduns é complexa, longa e pode envolver longas caminhadas a santuários e mercados e períodos de reclusão dentro do convento ou terreiro humpagme, que podem chegar a durar um ano, onde os neófitos são submetidos a uma dura rotina de danças, preces, aprendizagem de línguas sagradas e votos de segredo e obediência.

 

HIERARQUIA  Bokonon –

Bokonon -Sacerdote do Vodun Fa equivalente ao Babalawo

Doté Sacerdotes (homens) da família de Sogbô.

 Doné Sacerdotisas (mulheres) esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos Gaiaku e Mejitó.

Noche - Sacerdotisas do Jeje-Mina

Vodunsi - após 1 ano da iniciação.

Kajekaji - iniciado que ainda não completou o ciclo de obrigações.

Hundote (rundote) = O mesmo que abiasé dos yorubas, quando a mae é iniciada com o filho no ventre, esse filho se torna um hundote.

Ahehun (Arerrum) = o mesmo que yao.

Ahuretè- ahè ( arrurete, arre ) = termo usado para pessoas nao iniciadas, o mesmo que abian dos yoruba.

REFERÊNCIAS

Referências

CACCIATORE, Olga Gudolle. Dicionário de cultos afro-brasileiros.

"Mana Jeje: repensando nações e transnacionalismo", por J. Lorand Matory.

"Jeje Mahi (Marri)" Vários autores

                                   

                                                                            

                                         

                                      ORIXÁS

 

                                                                     

KETU

ORIXÁS DO KETU

  Os Orixás do Ketu são basicamente os da Mitologia Yoruba.

Olorun também chamado Olodumare é o Deus supremo, que criou as divindades ou Orixás (Òrìsà em yoruba).

As centenas de orixás ainda cultuados na África, ficou reduzida a um pequeno número que são invocados em cerimônias:

 

Exu, Orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos.

Ogum, Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.

Oxóssi, Orixá da caça e da fartura.

Logunedé, Orixá jovem da caça e da pesca

Xangô, Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.

Ayrà, Usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com Xangô.

Obaluaiyê, Orixá das doenças epidérmicas e pragas, Orixá da Cura.

Oxumaré, Orixá da chuva e do arco-íris, o Dono das Cobras.

Ossaim, Orixá das Folhas, conhece o segredo de todas elas.

Oyá ou Iansã, Orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do Rio Niger

Oxum, Orixá feminino dos rios, do ouro, do jogo de búzios, e do amor.

Iemanjá, Orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos Orixás.

Nanã, Orixá feminino dos pântanos, e da morte, mãe de Obaluaiê.

Yewá, Orixá feminino do Rio Yewa.

Obá, Orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô

Axabó, Orixá feminino da família de Xangô

Ibeji, Orixás gêmeos

Irôco, Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).

Egungun, ancestral cultuado após a morte em casas separadas dos Orixás.

Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.

Onilé, Orixá do culto de Egungun

Oxalá, Orixá do Branco, da Paz, da Fé.

OrixaNlá ou Obatalá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos.

Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, Orixá da Adivinhação e do destino.

Odudua, Orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba.

Oranian, Orixá filho mais novo de Odudua

Baiani, Orixá também chamado Dadá Ajaká

Olokun, Orixá divindade do mar

Olossá, Orixá dos lagos e lagoas

Oxalufon, Qualidade de Oxalá velho e sábio

Oxaguian, Qualidade de Oxalá jovem e guerreiro

Orixá Oko, Orixá da agricultura

 

                                     ORIXÁS

RITUAL

O ritual de uma casa de Ketu é diferente dos das casas de outras nações. A diferença está no idioma, no toque dos Ilus (atabaque no Ketu), nas cantigas, nas cores usadas pelos Orixás, os rituais mais importantes são: Padê, Sacrifício, Oferenda, Sassayin, Iniciação, Axexê, Olubajé, Águas de Oxalá, Ipeté de Oxum...

 

A língua sagrada utilizada em rituais do Ketu é derivada da língua Yoruba ou Nagô. O povo de Ketu procura manter-se fiel aos ensinamentos das africanas que fundaram as primeiras casas, reproduzem os rituais, rezas, lendas, cantigas, comidas, festas, e esses ensinamentos são passados oralmente até hoje.

 

HIERARQUIA

As posições principais do Ketu (são chamados de cargo ou posto: em yoruba, Olóyès, Ogãns e Àjòiès), em termos de autoridade, são:

 

O cargo de autoridade máxima dentro de uma casa de candomblé é o de Babalorixá (pai de santo).

São pessoas escolhidas pelos Orixás para ocupar esse posto.

 São sacerdotes, que após muitos anos de estudo adquiriram o conhecimento para tal função e são as únicas autoridades que podem abrir uma casa ou terreiro de candomblé.

 

Quando a pessoa escolhida através do jogo de búzios ainda não está preparada para assumir o posto, terá que ser assistida por todos os Egbomis (meu irmão mais velho) da casa para obter o conhecimento necessário.

          ORIXÁS

Iyalorixá ou Babalorixá: A palavra iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.

Iyakekerê (mulher): mãe pequena, segunda sacerdotisa.

Babakekerê (homem): pai pequeno, segundo sacerdote.

Iyalaxé (mulher): cuida dos objetos rituais.

Ojubonã ou Agibonã: mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação

Egbomis: são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: egbon mi, "meu irmão mais velho").

Iyabassê: mulher responsável pela preparação das comidas de santo

Iaô: filha(o) de santo que já entra em transe.

Abiã ou abian: novato.

Axogun: responsável pelo sacrifício dos animais (não entra em transe).

Alagbê: responsável pelos atabaques e pelos toques (não entra em transe).

Ogãs ou Ogans: tocadores de atabaques (não entram em transe).

Ajoiê ou ekedi: camareira do Orixá (não entra em transe).

 Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis.

No Gantois, de "Iyárobá" .

 Na Angola, é chamada de “makota de angúzo”.

 

EKEDI

 “Ekedi” é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil.

REFERÊNCIAS 

Barretti Filho, Aulo. “Òṣóòsì e Èṣù, os Òrìṣà Alákétu”. In: Dos Yorùbá ao Candomblé Kétu: Origens, Tradições e Continuidade.. Aulo Barretti Filho (org.), pp. 75-139. São Paulo, Edusp, 2010.

Silveira, Renato da. Candomblé da Barroquinha. Editora Maianga, 2007. ISBN 8588543419

VATIN, Xavier. Rites et musiques de possession à Bahia. Paris: L’Harmattan, 2005.

                                                

   

*ANGOLA

ETIMOLOGIA 

A palavra bantu significa “gente”: é o plural de muntu, da raiz _ntu, que significa “pessoa”. O termo “banto” foi utilizado pelos europeus colonizadores para identificar os povos da África Austral que falavam línguas bantas.

 

Principais Minkisi/Akixi[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Nkisi

O deus supremo e criador é Nzambi ou Nzambi Mpungu; abaixo dele, estão os Jinkisi/Minkisi, divindades da mitologia banta. Essas divindades se assemelham a Olorum e aos demais orixás da mitologia oruba. Minkisi é um termo quicongo: é o plural de Nkisi, “receptáculo”. Akixi provém do quimbundo Mukixi.

 

Aluvaiá, Bombo Njila, Pambu Njila, Nzila, Mujilo, Mavambo, Vangira, Njila, Maviletango: intermediário entre os seres humanos e os outros inquices e protetor das casas.

Nkosi, Hoji Mukumbi, Panzu, Xauê: - inquice da guerra e senhor das estradas de terra, agricultura e do ferro.

Ngunzu, Teleku-mpensu: engloba as energias dos caçadores de animais, pastores, criadores de gado e daqueles que vivem embrenhados nas profundezas das matas, dominando as partes onde o sol não penetra.

Kabila : o caçador pastor. O que cuida dos rebanhos da floresta.

Mutalambô, Mutakalambo: caçador, vive em florestas e montanhas. É o inquice da comida abundante.

Gongobira, Mukongo Mbila ou Gongobila: caçador jovem e pescador.

Katendê, Mwani Panzu: senhor das jinsaba (folhas). Conhece os segredos das ervas medicinais.

Nzazi, Loango, Kambaranguange: é o próprio raio. Dá a justiça aos seres humanos.

Kaviungo, Kavungu, Kafunjê, Kingongo: inquice da varíola, das doenças de pele, da saúde e da morte e senhor dos mistérios.

Nsumbu, Sumbo: senhor da terra, também chamado de Ntoto pelo povo de Congo e Moçambique.

Hongolo ou Kongolo: auxilia na comunicação entre os seres humanos e as divindades. Também é o senhor do som.

Kindembu, Kitembu dya banganga, Kintempu ou Nkisi Tempo: rei de Angola. Senhor do tempo e das estações. É representado, nas casas Angola e Congo, por um mastro com uma bandeira branca chamada de “Bandeira de Tempo”.

Kaiango ou Kayango: tem o domínio sobre o fogo e auxilia Nkukwalunga no oráculo de ngombo.

Matamba, Uambulusema – guerreira, comanda os mortos (Nvumbi).

Kisimbi, Kiximbi: a grande mãe; inquice de lagos e rios.

Ndanda Lunda, Dandalunga: senhora da fertilidade e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi.

Kaitumba, Mikaia, Kaiala, Kokweto, Samba Kalunga: inquice do oceano (Kalunga Grande).

Nzumbarandá, Zumbá: a mais velha das inquices. É conectada com a morte.

Wunji, Nwunji: a mais jovem dos Minkisi, senhora da justiça. Representa a felicidade de juventude. Toma conta dos filhos recolhidos.

Lembá Dilê, Lembarenganga, Jakatamba, Nkasuté Lembá, Gangaiobanda, Malembá, Fulama: conectado à energia que rege a fertilidade.

Nvumbi: antepassados, ancestrais de família

Ritual[editar | editar código-fonte]

 

SACRAMENTOS

1 – Massangá: ritual de batismo de água doce (menha) na cabeça (mutue) do iniciado (ndumbi), usando-se, ainda, o kesu (obi).

2 – Nkudiá Mutuè (bori)- ritual de colocação de forças (Kalla ou Ngunzu (Angola) = Asé (Axé) = Muki (Congo)), através do sangue (menga) de pequenos animais.

3 – Nguecè Benguè Kamutué: ritual de raspagem, vulgarmente chamado de feitura de santo.

4 – Nguecè Kamuxi Muvu: ritual de obrigação de 1 ano.

5 – Nguecè Katàtu Muvu: ritual de obrigação de 3 anos (Nguece = obrigação): nessa obrigação, faz-se o ritual de mudança de grau de santo.

6 – Nguecè Katuno Muvu: ritual de obrigação de 5 anos, com preparação quase idêntica à de um ano, só que acompanhada de muitas frutas.

7 – Nguecè Kassambá Muvu: ritual de obrigação de 7 anos, quando o iniciado receberá seu cargo, passado na vista do público, sendo elevado ao grau de Tata Nkisi (zelador) ou Mametu Nkisi (zeladora).

As obrigações são de praxe para os rodantes, porque Kota (equede) e Kambondo (ogã) já recebem seus cargos na feitura, portanto já nascem com suas ferramentas de trabalho: dão suas obrigações para aprimorar seus conhecimentos.

            DANDALUNDA

No candomblé de angola, quem passa cargo são os enredos de Dandalunda. Isto é, não é preciso ser filho de Dandalunda, mas é ela quem autoriza aquela pessoa a receber o cargo.

OBRIGAÇÕES

Após 7 anos de obrigações, se renovarão a cada ano com rito de kesu (obi) ou bori, conforme o caso, repetindo-se as obrigações maiores de 7 em 7 anos para renovar e conservar o indivíduo forte, transformando-o em Kukala Ni Nguzu (“um ser forte”).

 

Kunha Kele: sacramento realizado 3 meses e 21 dias após a feitura (tirada de kele), quando o santo soltará a Kuzuela = Ilá.

 

Ordem de barco (sequência das pessoas recolhidas juntas para iniciação) no candomblé de angola:

 

1º - Rianga, 2º - kaiadi, 3º - katatu, 4º - Kakuanam, 5º - katanu, 6º - Kassamanu, 7º - Kassambà.

 

HIERARQUIA 

Na hierarquia do candomblé de angola, os cargos de maior importância e responsabilidade são:

 

Tata Nkisi (homem)

Mametu Nkisi (mulher)

Tata kamukenge/Tata ndenge: Pai Pequeno

Nengwa kamukenge/ Mametu ndenge: Mãe pequena

Kambondu: todos os homens confirmados

Makota: todas mulheres confirmadas

Kota Maganza: rodantes com mais de sete anos de iniciação.

Maganza: todos os rodantes iniciados.

Muzenza: rodantes em seu período de iniciação.

Ndumbe: pessoas não iniciadas

Além desses, existem vários outros cargos específicos para cada função dentro de uma Nzo (casa).

REFERÊNCIAS  Candomblé Bantu e a importância dos afro-saberes na educação

VATIN, Xavier. Rites et musiques de possession à Bahia. Paris: L’Harmattan, 2005.

Especial Candomblé – Terreiro resgatado por Nei Lopes

 

TRADIÇÕES DIFERENTES

Tradições diferentes, dentro do próprio grupo conhecido como Candomblé de Angola:

 Tumba Nsi,

Tumba Junsara.

 Bate-Folha,

 Angolão,

Angola

Paketá, Kassange,

 Angola da Mariquinha e Goméia (que apesar de forte influencia yorubana, se identificava como angoleiro e seu fundador, o Sr. Joãozinho da Goméia, foi considerado por muitos como o Rei do Candomblé no Rio de Janeiro).

                                                  

 

OMOLOKÔ

O Omolokô é apontado por estudiosos e praticantes como um dos principais influenciadores da formação da Umbanda africanizada ao lado do Candomblé de Caboclo, do Cabula e do próprio Candomblé. Teria surgido, segundo Tancredo da Silva Pinto entre o povo africano Lunda-Quiôco.

É uma tradição afro-brasileira antiga e respeitada, que em muitas casas está mais próximo das tradições yorubanas/daomeanas e em outras das tradições de origem bantu. 

                                                  

 

 

GALERIA DE FOTOS-   ZELADORES DE SANTO -CANDOMBLÉ

                             

                       

                                            

 

HOMENAGEM PÓSTUMA AO SAUDOSO BABALWÔ