PÁGINA 133- CHICO XAVIER- PARTE III- EXU.

CHICO XAVIER

E ORIXÁ MALLET - 





No cenário da estruturação da Umbanda no Brasil, o espírito Orixá Mallet foi um dos importantes espíritos designados para esta missão, e desceu em terra pela Umbanda, em 1913, cinco anos após o Caboclo Sete Encruzilhadas e Pai Antonio terem se manifestado. 


Com o surgimento do espírito Orixá Mallet, rapidamente ele alcançou lugar destacado no panteão da Umbanda, passando trabalhar nos trabalhos de desmanche e magia, e sendo respeitado pelas outras entidades do Sr. Zélio, o Pai Antônio e o próprio Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Trabalhava com animais em seus trabalhos, mas os mantinham vivos.
De um “temperamento” forte, tanto podia promover materializações de borboletas, proteger pombas, como atirar pedras em médiuns. 

 São relatados os feitos do espírito Orixá Mallet, considerado orixá, uma entidade de hierarquia superior e que representava, em missões especiais, de prazo variável, o alto chefe de sua linha.
Leal de Souza, em seu livro, conta que em uma reunião fechada, com cerca de 20 pessoas, o espírito Orixá Mallet começou a traçar pontos no chão, e levou a mão até eles, e dali se materializaram três borboletas-amarelas, em seguida tocou a mão do próprio Leal de Souza depositando ali a terceira borboleta, dizendo que ele veria a borboleta ao chegar em sua casa, e também em seu trabalho. E assim foi, chegando tarde da noite dos trabalhos mediúnicos, encontrou a borboleta-amarela ao chegar em casa, e no dia seguinte, dentro do local onde trabalhava, seus colegas, surpresos, constataram que uma borboleta-amarela pousava sobre sua cabeça.
AS POMBAS.
 De outra feita, no município de Cachoeiras de Macacu, levando duas pombas brancas, segundo fora solicitado, ao chegar lá, o espírito Orixá Mallet riscou um ponto no chão e as aves ficaram como que imantadas ao local. Depois disso, o espírito comentou que os animais não suportariam a carga que estavam sendo movimentadas, e enviou as pombas até a outra margem, e lá elas ficaram, até o final do trabalho, quando então voltaram por sua vontade, são e salvas.

A PEDRA.

“João Severino Ramos, dirigente da Tenda São Jorge, mais uma das tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, ao fazer sua primeira visita a Zélio em Cachoeiras de Macacu, se mostrava cético e incrédulo, pedindo provas para crer.

O Orixá Malet (da vibração de Ogun) pegou uma pedra à beira do rio e acertou bem no meio da testa de Severino que caiu dentro das águas. A entidade proibiu os amigos de socorrê-lo e pediu que esperassem minutos depois Severino atravessou as margens do Rio Macacu já incorporado de Ogun Timbiri, com quem trabalharia à gente da tenda citada. ”
Sob a irradiação de Ogum, coincidentemente com a atuação e influência do espírito Orixá Mallet, também em terra se manifestou o Sr Marabaroô, exu da coroa do Sr. Zélio, que era cuidado por dona Zilca , irmã do Sr. Zélio e daí em diante a linha de trabalho dos Exus se efetivou de maneira discreta na Tendas, e aos poucos foram se manifestando mais entidades desta linha chamada de esquerda, até que hoje há giras só para seu trabalho, mas isso não ocorre na T.E.N.S.P. Nesta Tenda, independentemente de que gira esteja e precise do trabalho de Exu, estes espíritos descem (sempre em médiuns mais antigos da Tenda) fazem o que tem que fazer e nem mesmo o assistente percebe que foi cuidado por um Exu, quanto mais o público presente.
Diferente que muitos falam na T.E.N.S.P. existe sim giras de Exus, mas estas são fechadas para o público.

E Pai Antônio, que demonstrou desde logo a humildade e candidez característica da Linha de trabalho dos Pretos Velhos, seguiria sua missão de sábio curador, além de encantar a todos e mostrar ao mundo do início de 1900 que as correntes estavam verdadeiramente quebradas, que um mundo novo, livre e igualitário tinha de surgir por toda parte, e que a vibração de um preto velho tinha também direito e Luz suficientes para estar presente tanto qualquer outra, nas searas da manifestação do espírito para a Caridade.

(Fonte: Revista Espiritual de Umbanda – Nº 08)